Com o crescimento da insegurança, sobretudo nas grandes cidades, cresce a busca por soluções como a blindagem. Mas com isso também surgem alguns impasses. Por isso decidimos resolver 5 dúvidas fundamentais sobre blindagem de carros. Confira!
Por aqui já falamos sobre assuntos paralelos. Por exemplo, por que blindados usados ficam mais baratos com o tempo? Ou ainda, como sair de um carro blindado caso ele afunde na água? E até, se é verdade que carros blindados usados são mais baratos.
1. As películas antivandalismo já não resolvem?
Nos últimos anos as películas “antivandalismo” também se popularizaram. Mas é um erro considerar que elas são um substituto para o vidro blindado. Como o próprio nome sugere, trata-se apenas de uma “película”.
Sendo que a blindagem é, como veremos ao fim, um “compósito laminado”. Além disso, o termo das películas também diz “vandalismo”. E cá entre nós, atirar contra um vidro não é isso, concorda? Essa película suporta apenas pauladas, pedradas e afins, não tiros.
2. Afinal, qualquer carro pode ser blindado?
A resposta para isso é simples: não. Não é todo carro que pode ser blindado. Há dois pontos, sendo um a curvatura do vidro original. Outro a força do motor. No primeiro caso, se o vidro das portas for curvo demais, isso exigirá adaptações, que muitos não sabem fazer.
No segundo caso, é preciso considerar que o carro blindado passa a pesar muito mais. Isto é, bem mais do que antes de sair de fábrica. O que também significa mais do que sua engenharia original levou em conta. Aí não tem jeito, motores fracos demais, impossibilitam o processo.
3. Conseguirei baixar os vidros, para pagar pedágios, por exemplo?
Essa é outra dúvida muito comum. Já que só de ver as fotos de um vidro blindado já percebemos que eles são bem mais grossos. Mas a verdade é que a adaptação que faz parte do processo leva tudo isso em conta, obviamente.
Inclusive, poucos sabem, mas existe até vidro blindado elétrico. No caso, além de contar com motor, máquina, chicote e botões, que todo vidro elétrico tem, ele conta com reforços.
Trata-se do amortecedor de vidro e do reforço dos trilhos, que fazem a mágica acontecer. Ainda assim, uma abertura de 100%, tal como com o vidro comum, é praticamente impossível. A maioria dos vidros blindados laterais abrem apenas parcialmente.
4. Como fica o uso de insulfilm, ventosa e vidro colorido?
Pode parecer um contrassenso para alguns, mas embora o vidro blindado seja mais forte, é mais “chatinho” em alguns sentidos. Isso por culpa de um fenômeno chamado delaminação, que ocasiona a separação entre camadas de vidro, causando bolhas, veios e afins.
Por isso, não apenas insulfilm e ventosas, mas até adesivos não são bem-vindos em vidro blindado. Sem falar em suportes gerais, como para fixar cortinas antissol ou um simples GPS. Naturalmente, isso também desperta a questão da eventual perda de garantia.
Por fim, sobre vidros “coloridos”, vale lembrar as opções tradicionais de mercado. Temos o vidro incolor, o verde e o fumê, certo? O blindado pode ser de qualquer um desses tipos, mas com ressalvas. É que o para-brisa deve ser incolor. Já os demais são opcionais.
5. É verdade que ele pode trincar mesmo sendo blindado?
Novamente, vai parecer contraditório, mas o vidro blindado pode sim trincar. “Sozinho” até, mas sobretudo quando ocorre mau uso. Novamente, é a questão da delaminação, que por causar veios e bolhas pode levar ao trincamento interno entre as camadas e superfícies.
Na lista de mau uso, entra desde a fixação de itens não aconselhados, como vimos acima. Até impactos fortes no vidro. Ou mesmo o simples fato de usar a porta com o vidro fechado (ficar abrindo e fechando com ele aberto).
Sem falar nas torções na carroceria, como cruzar a lombada em ângulo. Ou estacionar em desnível, como com duas rodas sobre a calçada e duas abaixo. Novamente, vale a observação de que tudo isso pode comprometer a garantia da blindagem.
Bônus: como saber se o serviço é seguro?
Depois de ver essas ponderações, pode ficar a dúvida. Então, afinal, como saber se a blindagem que fiz ou farei é segura? Primeiro, veja se o compósito laminado oferecido conta com policarbonato, pois esse material tem vantagens sobre outras ligas plásticas.
Além desse diferencial de mercado, há a legislação. No Brasil os carros só podem ser blindados por fornecedores e oficinas certificadas pelo próprio Exército Nacional. Assim, peça sempre a certificação Retex.
Trata-se do “Relatório Técnico Experimental do Exército”, fornecido a você pela empresa blindadora. Ela também deverá contar com a Autorização do Detran para blindagem de veículos automotores.
Por fim, lembre-se que no Brasil é proibido blindar apenas os vidros. O processo completo e legal inclui também a blindagem da lataria. Ou seja, qualquer empresa que oferecer “blindagem parcial” estará indo contra a lei.