A crise dos preços da gasolina já não é novidade para ninguém. Além de ser um problema global e não apenas brasileiro. Contudo, não é por isso que qualquer medida desesperada para economizar pode ser aceita.
Na verdade, há muitos mitos e inverdades nesse meio. Por isso, abaixo nós listamos 5 pontos e detalhamos o que pode ou não ser levado a sério. Assim, você economiza de verdade, sem ser deixando o carro na garagem, é claro. Não perca!
1. Adianta “levar na banguela”?
Comecemos pelos pontos mais polêmicos. Pouca gente sabe, mas essa prática é tão antiga quanto proibida. A regra se encontra no CTB, artigo 231, desde 1997. A infração é média, custa 4 pontos na CNH e R$ 85,13.
Claro que é difícil fiscalizar algo assim, por isso a multa quase nunca é aplicada. De qualquer modo, se carros antigos podiam economizar por esse meio, hoje a coisa mudou muito. Há todo tipo de contraindicação técnica.
Primeiro, a medida pode comprometer o sistema de freios do veículo. Segundo, há controles elétricos que bloqueiam o combustível quando você desacelera. Por fim, há sistemas de “roda livre” que, por assim dizer, já “levam o carro na banguela” de modo tecnológico.
2. Temporada de caça ao ar-condicionado?
Não é possível que desligar o ar-condicionado não economize combustível, certo? Nem tanto. Na verdade, esse dispositivo realmente demanda energia extra, sobretudo no começo da viagem, até todo o espaço interno do carro ser resfriado.
Portanto, quanto mais curta a viagem, menos vale a pena ligar o equipamento. Estima-se que o consumo de combustível com o ar ligado possa subir até 10%. Só que o problema não para por aí, pois janelas abertas também gastam mais.
Como assim? Ora, elas criam uma resistência maior, o/ que força o motor. O critério aqui deve ser a velocidade que você vai praticar, se no trânsito da cidade ou em uma estrada. Assim, acima dos 80 km/h, quase sempre, é melhor fechar a janela e ligar o ar.
3. Gasolina comum ou aditivada?
Nos últimos anos o “cardápio” de combustíveis cresceu tanto que pode causar confusão. Mas a verdade é que a gasolina aditivada tem adição de elementos que removem a sujeira do tanque. São os detergentes que deixam ela esverdeada.
Mas isso só limpa o motor, não melhora o desempenho nem economiza. Ao menos não de modo direto, menos ainda no curto prazo. Agora, é claro que no longo prazo um motor mais limpo e eficiente exigirá menos combustível.
Vale lembrar que o que melhora o desempenho do carro é a gasolina premium. Mas nem é preciso dizer que ela custa bem mais caro, certo? Como costuma ser algo em torno de 30% a mais no bolso, o fato de ela render cerca de 10% a mais na estrada ainda a torna mais cara.
4. E a calibragem dos pneus?
A pressão dos pneus é outro ponto importante. Uma pressão alta demais pode danificar a banda de rodagem dos pneus, acelerando o desgaste ao centro.
Já rodar com os pneus murchos pode trazer prejuízos. Eles geram mais arrasto, aumentando o consumo de combustível e acelerando o desgaste. Também aumentam a emissão de gases poluentes.
Além disso, o pneu murcho mexe com o comportamento dinâmico do carro. Com pouco ar nos pneus, o carro fica instável e o motorista pode perder o controle da direção com mais facilidade.
Portanto, não é mito dizer que isso impacta diretamente no consumo do combustível. Existe até uma conta para isso.
A fórmula não é exata, mas estima-se que a cada 1 libra abaixo do correto o consumo possa aumentar, para cada quilômetro rodado, 0,3% a mais de combustível. Então, mantenha os pneus em dia!
5. Existe uma velocidade mais econômica?
Quem nunca ouviu falar que rodando a 90 km/h o carro economizaria no combustível? É possível que esse mito tenha surgido do fato de que os testes de gasolina, feitos pela indústria automobilística, ocorrem a essa velocidade.
Mas não passa disso mesmo: um mito. Não que não haja uma velocidade a partir da qual um automóvel possa entrar numa espécie de “efeito de inércia”. Isso é algo parecido, em termos de Física, com a “banguela” que vimos acima.
Na prática, cada modelo de carro teria uma velocidade, o que poderia mudar conforme o peso do veículo ao abastecer. Isso torna o cálculo mais complexo do que parece.