Todo mundo que já dirigiu sabe que o Brasil tem algumas cidades em que o trânsito é realmente um problema grave. Sem falar que é raro ouvir falar de uma metrópole nacional que tenha tido um crescimento planejado.
Agora, pare para pensar: o Brasil já conta com quase 100 milhões de automóveis em circulação. Além da facilidade de comprar, certamente os problemas do transporte público contribuem para engordar esse número.
Segundo dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quinze das nossas maiores cidades contam com cerca de um veículo para cada dois habitantes.
Surpreende que, em termos proporcionais, a cidade de São Paulo não tem a maior frota, já que ela tem um carro a cada 1,3 habitante (embora em números absolutos ela seja a maior, como veremos abaixo).
Ao passo em que Goiânia e Curitiba, por exemplo, ficam na casa de 1,2 e 1,1, respectivamente.
As menores frotas proporcionais estão em Ananindeua (PA) e Belford Roxo (RJ), que têm um número acima de 9. Ou seja, a cada 9 ou 10 pessoas, conta-se um carro apenas.
São Paulo
Agora vamos entender melhor a frota das maiores cidades do Brasil e, claro, os problemas e desafios que isso tem trazido nas últimas décadas.
No caso de São Paulo, o centro financeiro do País, o número passa dos 8 milhões de automóveis. Seu congestionamento é um dos piores da nação, além dos seus problemas com poluição do ar e com enchentes serem também famosos.
Uma das tentativas de resolver isso foi a implementação do Rodízio Veicular, que impede a circulação de placas com finais em dois dígitos (1 e 2, 3 e 4, etc.) em um dia útil da semana.
Mas ele foi aprovado em 1997, e hoje o número de carros que circulam, mesmo com a restrição, já é o mesmo dos idos de 1990 em que a regra não existia.
Rio de Janeiro
Aqui, são quase 3 milhões de automóveis circulando. Embora não chegue a ter uma malha ferroviária igual à de São Paulo (300 Km), a cidade tem uma infraestrutura pública considerável.
No entanto, mesmo assim a população sofre com o excesso de carros de passeio, motos, ônibus, caminhões e afins.
Além disso, os roubos e sequestros de cargas estão entre os piores do País, contribuindo para que muitos saiam com seus próprios carros, por medo. O que piora mais ainda o congestionamento.
Belo Horizonte
Pouca gente sabe, mas essa é uma das cidades que enfrentam os maiores problemas de locomoção no Brasil.
Até porque, segundo a CNT (Confederação Nacional dos Transportes), entre as maiores cidades nossas BH é a que conta com a menor malha ferroviária de todas.
Por essas e outras, a frota de veículos da cidade tem crescido em uma razão seis vezes maior do que o número de pessoas. Hoje já são mais de 2 milhões de carros circulando.
O único modo de resolver isso é investindo em Planos de Mobilidade, como ela tem tentado desde o PlanMob-BH (Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte).
Brasília
Embora a frota não chegue a 2 milhões de veículos, aqui o problema de congestionamento também existe.
O que mais surpreende é que Brasília é a grande cidade modelo em termos de planejamento urbano. Ou deveria ser, se nos horários de pico não houvesse muita gente tentando ir para os mesmos lugares.
Curitiba
Aqui também acabamos ficando surpresos, pois a cidade se trata de um exemplo em termos de transporte público eficiente, administrado pela URBS (Urbanização de Curitiba S/A).
Ainda assim, estamos falando de mais de 1,5 milhão de carros, com uma taxa de crescimento de 5% ao ano. Sendo que o congestionamento já começa a aparecer em regiões e horários de pico, pedindo atenção das autoridades públicas.