Sabemos que as taxas e impostos que são depositados no mercado automotivo muitas vezes são altos. Neste caso, se tornam vilões para os consumidores pois aumenta de forma significativa os valores dos veículos. Em outras situações, podem tornar a importação impossível de acontecer devido ao alto custo para a montadora.
Ter o carro dos sonhos tem sido complicado, pois além do dinheiro investido, o consumidor precisa encontrar diversas brechas na legislação para conseguir deixá-lo do jeito que espera.
Em 1980, na Finlândia ocorreu uma lei de importação que obrigou os consumidores a fazerem modificações nos veículos importados. Porém, a imposição fazia com que a importação de modelos americanos ficasse mais cara.
E com isso, os finlandeses que possuíam o sonho de ter um muscle car, estava se tornando inviável e praticamente impossível.
No entanto, essa mesma lei não citava as picapes. Sendo assim, foi lançada uma série de Chevrolet Camaro e Pontiac Firebirds com a carroceria cortada, bancos retirados e uma caçamba na parte traseira.
De acordo com o que foi divulgado na época, uma loja importou cerca de 140 muscle car para transformá-lo em caminhonete e vendê-lo para a Finlândia.
Chicken Tax
Na década de 1960, o presidente americano Lyndon B. Johnson criou o imposto “Chicken Tax”, a qual ficou conhecida como “Imposto do Frango”. Esse imposto foi criado devido às altas taxas de importação que eram cobradas pela Alemanha Ocidental e França sobre o frango que estava sendo exportado pelos Estados Unidos.
Porém, após essa criação, o governo americano começou a cobrar 25% de imposto sobre inúmeros produtos vindos da Europa, o que inclui os veículos. Tal ato não impediu que os modelos orientais chegassem ao país e isso ocasionou a origem do Chicken Tax Trucks.
O modelo que mais ficou representando esse segmento foi o Subaru BRAT, uma picape que não foi comercializada no Japão, pois foi feita exclusivamente para importação. Tal veículo chegou nos Estados Unidos em 1978.
Com o intuito de reduzir e até mesmo driblar a alta taxa de importação, a Subaru optou por instalar dois bancos e um carpete na caçamba do veículo 4×4. Esses bancos eram virados para a parte traseira e possuíam cintos de segurança. No entanto, não possuíam capota, o que impossibilitava de conceder mais de uma carona. Com essa conversão, a taxa caiu para 2,5%.
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No ano de 2020, novamente ocorreu uma mudança em um veículo. A Suzuki estava pensando em descontinuar o Jimny do mercado europeu por conta das leis terem enrijecido. Porém, retiraram o banco traseiro e o transformaram em carregamento de carga. Sendo assim, o modelo começou a ser considerado um utilitário leve.
Brasil e as adaptações
Aqui no Brasil não foi diferente, alguns problemas também ocorreram e o caso do Gol GTS 1.8 chamou atenção. O modelo que lançou em 1987 permaneceu com o motor AP a álcool da versão GT e a VW manteve os 99 cv. Sendo assim, conseguiu escapar dos tributos que eram cobrados para modelos com mais de 100 cv.
Contudo, o Gol na verdade tinha entre 105 cv e 110 cv. Outro caso semelhante ocorreu com a Ford, o modelo Escort XR3 compartilhava o motor do rival Alemão.
No ano de 1990, a lei foi novamente adaptada. Os carros com mais de 128,7 cv receberam um aumento de IPI para 34%. Sendo assim, a Fiat aproveitou e lançou o Tempra 16V com 127 cv declarados. Porém, segundo testes, a potência era de 140 cv.
O Fiat Marea, substituto do Tempra, também passou por algo parecido. Inicialmente, o modelo foi lançado com 142 cv extraídos do 2.0 de cinco cilindros.
Um ano após seu lançamento, o Marea SX apareceu com comando de simples de válvulas e 127 cv, para se encaixar numa faixa que recolhia menos imposto, de modelos até esta potência. Tudo para que o Marea não ficasse tão caro e espantasse a clientela.