Nos últimos dias a Argentina vem experimentando o aumento do chamado dólar blue. Trata-se do câmbio real que é praticado na Argentina e possui um valor superior ao oficial. Como consequência deste aumento, o mercado automotivo argentino ficou um caos.
Muitas concessionárias perderam os valores reais dos automóveis. Com isso os vendedores estão segurando os carros para verificarem como ficarão os preços em breve.
Essa ocorrência poderá refletir no volume total de emplacamentos do mês. Em junho foram vendidas 34,9 mil unidades, comparado ao ano interior, 8,7% a menos.
O setor tem enfrentado restrições do Banco Central. As empresas só estão sendo liberadas a pagar as taxas e valores completos de importação com os próprios dólares.
Ou seja, não estão autorizados a receber dos consumidores e nem retirá-los do banco e um ponto que está impactando, é que grande parte delas não possuem e não conseguem obter.
Sendo assim, a fabricante de autopeças Yazaki informou que não realizará o pagamento dos fornecedores e a Agrale mencionou que irá suspender a produção na Argentina até o fim do ano.
Tais atos podem gerar um prejuízo econômico ainda maior, tendo em vista que o país está enfrentando uma oscilação muito grande no valor do dólar. Os gráficos apontam alguns picos no preço do Blue e preocupa os moradores do local.
Na quinta-feira (21), o dólar estava acumulando uma alta diária de 6% para 326 pesos. No entanto, o dólar oficial estava sendo comercializado por 136 pesos.
Impacto da alta do dólar para turistas
Para os turistas, pensaram em permitir que troquem os valores com uma taxa mais alta que a normal, pois precisam da moeda que irão levar até o local. De acordo com o ministro do Turismo, Matias Lammens: “A Argentina precisa dos dólares trazidos pelos turistas. Devido à diferença cambial, muitos desses dólares não entram no banco central”.
Entende-se que as regras estão sendo modificadas, por conta da inflação desenfreada e da crise financeira que tem aumentado significativamente no país, Os bancos estão buscando um meio para aumentar as reservas com urgência.
Os turistas estrangeiros estão permitidos a vender até US$ 5.000 em entidades autorizadas. Precisarão apresentar o documento de identificação usado para entrar no país, e uma declaração juramentada informando que é turista e não ultrapassou o valor estipulado pelo banco central.