Os mais antigos certamente já ouviram dizer que as rodovias brasileiras não são das melhores. Mas será que a situação mudou? Quer dizer, nossas rodovias têm melhorado ou piorado? Veja, abaixo, os últimos números e se surpreenda com a situação atual.
Rodovias brasileiras: queda brusca da qualidade
Os últimos dados sobre isso são de uma pesquisa da própria CNT (Confederação Nacional do Transporte) de Rodovias. Ela foi realizada no começo de 2022, mas com subsídios de vários anos anteriores, para comparação. E a verdade é que a situação só piorou nos últimos anos.
Basicamente, mais de 61% das rodovias que são pavimentadas no Brasil apresentam alguma deficiência. Foram quase 110 mil vias avaliadas pelo órgão, das quais mais de 67 mil constaram como “regular”, “ruim” ou “péssima”. Sem falar nas “inadequadas”.
Lembrando que 91% das estradas nacionais não são privatizadas. Segundo dados, de 2016 até 2020, foram R$ 7,1 bilhões de investimento por parte das concessionárias locais. E R$ 8,9 bilhões por parte do Governo Federal. Assim, a lacuna entre a parte concedida e a parte gerida é de 57%.
Essa é boa parte do problema, pois é o que impacta diretamente na manutenção. Para ter noção, quando o assunto é pavimentação, só 225 km era feito por ano, entre 2010 e 2020. Com números tão baixos, 6 mil km que eram “ótimos” caíram. E 4 mil km a mais entraram nas categorias “péssimo” ou “ruim”.
Rodovias brasileiras: reflexos e efeitos da piora
Sem norte de evolução, como tem acontecido na última década, o prejuízo só aumenta, e para todos os lados. Poucos levam em conta, mas quando é assim, a manutenção da própria via se torna mais cara. Assim como a dos veículos e até o meio ambiente paga a conta.
No caso da administração pública, ocorre a famosa “bola de neve”. Se a manutenção de 50 mil km custa cerca de R$ 20 bilhões, é evidente que 100 mil km vai custar R$ 40 bilhões. Com isso, cada vez mais trechos vão ficando “de fora do orçamento”, até ser impossível corrigi-los.
No tocante aos veículos que trafegam pelo local, o custo de manutenção pode chegar a subir até 30%. Isso em rodovias “ruins”, segundo o próprio CNT. Imagine nas “péssimas”. Sem falar que o aumento no combustível também é perceptível. No setor de transporte, o prejuízo chega à casa dos R$ 4 bilhões em um ano.
Por fim, a atmosfera recebeu nada menos que 2,5 milhões de toneladas de poluentes (CO2) no mesmo período. O aumento na emissão também é culpa da péssima condição das estradas. Sem falar que os riscos de acidente automotivo também aumentam e muito, obviamente.