Será que é só mandar cortar o teto (ou capota) do carro? Nós sabemos que ter um conversível é o sonho de muitos. Mas, afinal, como converter o carro normal num conversível? O que dizem a lei e os protocolos de segurança? Confira logo abaixo!
Carros conversíveis: homologação do CAT
Que os conversíveis são mais caros não é segredo para ninguém. Isso quando eles já saem de fábrica com essa definição, é claro. Porém, alguns não entendem a que isso se deve. No fundo, ao fato de que a ausência do teto mexe com a estrutura de engenharia automotiva.
Ao dizer isso, já surge automaticamente a questão de que, portanto, não é tão fácil simplesmente “adaptar” isso num veículo. E de fato não é, já que se trata de um elemento estrutural, que determinará vários fatores. Inclusive em termos de segurança.
As colunas e o teto do carro fazem parte do que se chama de “rigidez estrutural”. Quando uma montadora finaliza um projeto, significa que a segurança daquele carro está atrelada a esse ponto primordial. E que alterações nesse tocante não estão previstas.
Por isso mesmo, no Brasil essa “adaptação” é regulada pelo próprio Inmetro. O que esse órgão faz é precisamente submeter uma unidade de determinado modelo aos testes de verificação da “rigidez estrutural”.
Isso também inclui análises de torção e peso dos carros. Na prática, o resultado final precisa impedir que o carro se envergue e que sofra torção. Outros testes também incluem o risco de as portas ficarem frouxas, e começarem a se abrir sozinhas.
Basicamente, quando o Inmetro homologa determinado modelo, atestando que ele pode ser adaptado, há uma base científica para isso. Também assim, os “reforços estruturais” precisam estar presentes. Além disso, a oficina também precisa ser homologada.
Neste sentido, o Inmetro homologa os modelos, as oficinas e, dentro do grupo delas, o que cada uma pode fazer. Dito de outro modo, o Inmetro atesta que a oficina X está autorizada a adaptar o modelo Y de veículos.
Por exemplo, se uma loja pode adaptar Fuscas, isso não inclui nada além de Fuscas. A homologação para isso é a do CAT. A sigla significa, precisamente, Certificado de Adequação a Legislação de Trânsito.
Carros conversíveis: valores e alternativas
Na prática, o Brasil já é conhecido por ser burocrático, não é mesmo? No caso da emissão de CATs não é diferente, de modo que uma oficina pode ter de esperar muito. E, ainda por cima, precisar investir um dinheiro alto até conseguir o desejado.
Afinal, a liberação de cada modelo demanda um protótipo inicial, como vimos acima. Sendo assim, se não existe alta procura por parte de clientes em relação a um modelo, ele se torna totalmente inviável. Não apenas de ser adaptado, mas simplesmente “testado” para homologação.
Hoje, o carro antigo mais adaptado no Brasil é, precisamente, o Fusca. O preço médio de uma demanda básica é por volta dos R$ 35 mil. Isso quando a unidade do carro está em boas condições, sem exigir reparos ou restauros mais sérios.
Em alguns casos, porém, um cliente pode chegar a gastar cerca de R$ 200 mil para uma adaptação dessas. E o serviço pode demorar algo entre 5 ou mesmo 6 meses. Além de corte e remoção do teto, o serviço inclui essas eventualidades como reforços estruturais e modificação nos vidros.
Bem como a emissão do documento do CAT, que o dono precisará portar com o documento do carro. Vale lembrar que a adaptação conversível é a mais radical nesse sentido. Mas há também meios termos.
Como o dos targas, que são um conversível que mantém a estrutura central, abrindo o teto apenas acima dos bancos da frente. Ou os ragtops, que não mexem em nenhuma estrutura, fazendo apenas uma abertura até o máximo da medida do teto. Quase como um teto solar.