Embora já estejamos nos aproximando da metade da década, a Volkswagen se adiantou e afirmou que não deverá lançar nenhum carro movido a hidrogênio antes de 2030.
A marca sequer mostrou protótipo algum de propulsão a hidrogênio, o que não quer dizer que não tenha pensado em fazê-lo.
Mas o próprio CEO da VW, Thomas Schafer, em entrevista à versão espanhola da revista AutoBild, afirmou que os motores a hidrogênio não são para a Volkswagen. Segundo ele, há muitas desvantagens em relação à atual tecnologia de baterias.
Pouco rentável
Ainda segundo Schafer, a tecnologia de propulsão a hidrogênio não é competitiva, principalmente para carros de passeio. Os tanques tomam muito espaço na cabine. O executivo nâo vê o hidrogênio abastecendo carros da VW antes de 2030.
Isso, no entanto, vai contra outras marcas grandes, como Toyota e BMW, que há anos trabalham no desenvolvimento de motores movidos a hidrogênio. Inclusive, já tendo lançado modelos vendidos para o público comum.
A BMW começou a produzir recentemente novos X5 a hidrogênio para mais testes de rodagem, mas já produziu em série o Hydrogen7, um Série 7 com motor V12 movido a gasolina ou hidrogênio.
A Toyota também mostrou o Corolla Cross H2 Concept, com uma nova tecnologia de célula de combustível, e seu modelo mais conhecido é o Mirai, à venda atualmente nos Estados Unidos.
Já a Renault trabalha na nova geração do furgão Master, que deverá ter uma versão movida pelo combustível renovável.
VW terá novo elétrico
Enquanto isso, a VW se prepara para lançar seu primeiro sedã elétrico, o ID.7. Embora as vendas globais da marca tenham caído 7% em 2022, a linha de elétricos foi bem, o que anima os investidores.
A VW tem visto mais e mais de seus fiéis compradores trocarem carros com motores a combustão por seus correspondentes elétricos. Resta saber se durante 2023 a marca conseguirá atender à alta demanda, já que ainda há dificuldades na produção de chips ao redor do mundo.
O carro a hidrogênio
O sistema de propulsão usa o hidrogênio líquido, reservado num tanque de alta pressão localizado entre o banco traseiro e o porta-malas, como combustível queimado diretamente no motor.
A queima é totalmente limpa, e como resultado, apenas água pura sai do escapamento. No entanto, o maquinário necessário para o sistema funcionar ainda é grande, e a tecnologia é cara, assim como os pontos de abastecimento.
Por ser altamente inflamável e volátil, o hidrogênio demanda várias normas de segurança para armazenamento e transporte, o que encarece ainda mais a operação.
Além disso, o poder calorífico do hidrogênio é bem menor do que o da gasolina. Isso resulta num rendimento bem mais baixo. O V12 da BMW, por exemplo, entrega somente 260 cv apenas quando abastecido com hidrogênio, em vez dos 445 cv da versão convencional a gasolina.