A tecnologia tricilíndrica tem se disseminado cada vez mais no Brasil, especialmente em propulsores 1.0. Mas ainda existe um certo preconceito sobre ela. Por isso vamos explicar: o motor de 3 cilindros é mesmo mais em conta para as montadoras? E até onde isso influencia em sua aplicação? Confira!
De modo bem parecido, por aqui também já falamos sobre motor dianteiro, central e traseiro: quais as diferenças, afinal? Sobre os cavalos do motor: como funciona essa unidade de medida? E sobre o motor 16V: a disseminação da tecnologia e o preconceito de alguns em relação a ela. Entenda tudo!
Motor de 3 cilindros: fabricação e especificações
A popularização do propulsor tricilíndrico, como também é chamado o motor de 3 cilindros, é um fato inegável. E que qualquer um pode verificar facilmente. O que ocorre é a polêmica por parte do público, sobre os motivos para isso acontecer. O que se diz é que esses blocos são mais leves, menores e mais enxutos.
Ou seja, que contam com menos peças e partes móveis, submetidas ao atrito inevitável de um motor a combustão. Contudo, não é bem verdade que esse seja o fator decisivo na jogada. Primeiramente, não é só a quantidade de peças ou a matéria-prima que determina o preço de um projeto.
Por assim dizer, um cilindro a mais ou a menos não é tudo. O que mais pesa é a tecnologia e o tempo de investimento dos engenheiros de cada marca. Bem como o investimento geral da fabricante, é claro. O exemplo clássico disso é o do motor turbinado, cuja fabricação é mais cara que os aspirados similares.
Também não é verdade que só o cilindro e os pistões mudam no tricilíndrico, como dizem alguns. Na verdade, a tecnologia é outra e até a matéria-prima, embora menor em quantidade, costuma ser maior em custos. Lembrando que a tecnologia existe desde os idos de 1950, mas no Brasil ela foi repaginada recentemente.
Motor de 3 cilindros: vantagens e futuro
Como vimos, os motores tricilíndricos existem há muito tempo, mas no Brasil só se disseminaram mesmo na última década. Antes disso, basicamente só o Kia Picanto e o Hyundai HB20 tinham a tecnologia, nos idos de 2011 e 2012. E, ainda assim, sem uma produção nacional propriamente dita.
Na prática, a mudança chegou quase que dobrando a potência do propulsor. Indo, por exemplo, de uma média de 50 cv dos motores com 4 cilindros, para uma média de 85 cv com os de 3 cilindros. E permitindo rodar algo próximo dos 20 km por litro, ou até mais do que isso, de modo bem econômico.
Outros motivos para a escolha do propulsor de 3 cilindros vir se disseminado tanto é a questão ambiental e de preservação da natureza. Sim, ele consome menos e emite menos poluentes. Isso vai ao encontro do Programa Rota 2030, que nosso governo federal aderiu internacionalmente desde 2018.
Sem falar no Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores), que é uma meta interna que nós já tínhamos. Por essas e outras, a tendência é realmente os motores tricilíndricos dominarem cada vez mais o mercado movido a combustão.