Alguns termos ligados ao mundo automotivo nós ouvimos falar de passagem, mas não sabemos como exatamente funcionam. Ou mesmo sua origem, como neste caso, em que o termo veio do universo ferroviário, das locomotivas. Dito isto, entenda melhor o que são as bitolas do carro, logo abaixo.
Vale lembrar que por aqui nós também já falamos sobre como a distribuição de peso atua no seu carro. Falamos sobre a “altura livre do solo”, para você entender melhor o que são o ângulo de entrada e o de saída. E até sobre a tão desejada tração 4×4: veja as diferenças entre ela e o sistema integral. Imperdível!
Bitolas do carro: origem e significado do termo
Como referido antes, o termo “bitola” veio para o universo automobilístico diretamente do mundo ferroviário, dos trens e das locomotivas. Como vemos na imagem acima, naquele caso a palavra se refere às dimensões entre um extremo e outro do eixo das rodas do comboio.
Naturalmente, a distância ou medida entre uma roda e outra torna também o trilho mais largo ou mais estreito, de modo a ser compatível com as locomotivas. No caso dos carros, temos a mesma lógica. Na prática, a bitola automotiva representa a distância existente entre a roda direita e a esquerda.
Além disso, em termos de engenharia automotiva, também é digno de nota que a bitola veicular vai definir vários outros fatores. É o que se chama dinâmica veicular, da qual fazem parte diversas dimensões. Como a largura geral do carro, ao lado do comprimento e da altura.
Sem falar no seu peso, na distribuição de massa, na “altura livre do solo”, que também citamos acima. E até no centro de gravidade do carro, que é o que garante sua dirigibilidade e evita capotamentos e tombamentos. Apesar da tecnologia agregada de um veículo, temos aqui a mesma lógica de uma mesa.
Sim, essa mobília precisa seguir as leis físicas para poder parar de pé. O que diz respeito à sua altura em relação à distância entre os pés. Isto é, em relação à bitola deles. Na prática, se não houver uma proporcionalidade entre esses dois fatores, a mesa cairá. Assim como o carro perderá estabilidade.
Bitolas do carro: consequências e exemplos
Acima ficou claro que as bitolas interagem com toda a dinâmica da engenharia veicular, inclusive no sentido das leis da física. O mais interessante é que além da estabilidade e da dinâmica de equilíbrio do carro, outros fatores também irão derivar das respectivas bitolas, segundo cada projeto específico.
Por exemplo, a questão do espaço interno da cabine do carro, o que diz respeito ao conforto dos ocupantes. Do mesmo modo, os compartimentos de bagagens, especialmente no que diz respeito ao porta-malas. Sem falar, é claro, na questão do design e da aerodinâmica.
Aqui fica claro como as melhores montadoras e fabricantes veiculares são aquelas que conseguem os melhores números em termos de harmonia geral. Ou seja, elas unem as exigências físicas em termos de bitolas e demais proporções (o que é funcional), ao aspecto de beleza e desenho do veículo.
Isso também deixa claro o esforço que os carros de corrida enfrentam em termos de aerodinâmica. Por isso mesmo é que os veículos da Fórmula 1, por exemplo, apresentam rodas com pneus tão largos. Não é só para haver mais “borracha” no chão, gerando aderência. É a própria bitola que muda.
Por fim, outro exemplo é o dos off-roads, voltados para atividades fora da cidade, em estradas mais desafiadoras. Entre eles, as bitolas traseiras são maiores do que as dianteiras. Já os ônibus, caminhões e furgões invertem, porque além da aderência precisam também de ângulo de esterçamento.