É bem comum que outras marcas usem motores produzidos por outras fabricantes em seus carros, embora isso ocorra mais quando são marcas controladas por um mesmo grupo. Mas quando se trata da BMW, essa possibilidade é mais rara, já que atualmente apenas Mini e Rolls-Royce, além dos próprios BMW, são de propriedade do grupo alemão.
Ainda assim, os motores da fabricante ainda chegam a equipar carros diferentes e até inusitados, por meio de simples contratos, ou mesmo parcerias para desenvolvimento conjunto de veículos inteiros.
1) Land Rover Range Rover
O relacionamento entre a BMW e a Land Rover já é bem antigo. A BMW comprou o grupo Rover em 1994 e o dissolveu nos anos seguintes, vendendo a Land Rover para a Ford em 2000. Nesse período, forneceu motores e participou do desenvolvimento do Range Rover L322 lançado em 2001, já sob a batuta da Ford. No entanto, ele foi lançado com motores BMW a diesel e gasolina, usados até 2006.
Agora, em 2022, a Land Rover voltou a usar o V8 de 4.4 litros biturbo da BMW nos Range Rover Vogue e Sport, no lugar dos 5.0 da Jaguar. Esse 4.4 é uma evolução direta do motor que equipou o Range Rover duas gerações atrás, e voltou a ser a escolha da Land Rover por conta de sua melhor eficiência. Segundo a marca, no Range Rover Sport, o 4.4 é 17% melhor do que o antigo 5.0.
O motor é o mesmo usado nas versões M50i de X5, X6 e X7, além dos M550i e M850i. São 530 cv e 76,5 kgfm de torque, capazes de levar os SUVs de 0 a 100 km/h em menos de 5 segundos.
2) Toyota Supra
O caso do atual Supra é diferente. O modelo foi totalmente desenvolvido numa parceria inédita entre BMW e Toyota, resultando em dois produtos aparentemente distintos. Do lado japonês, o Supra, e do lado germânico, a terceira geração do BMW Z4.
No entanto, quando os carros chegaram às ruas, ficou claro quem foi o dominante no cenário. O Toyota ficou parecendo um BMW com carroceria feita pelos japoneses, mas todo o resto alemão. O motor é o venerado 6 cilindros em linha biturbo de 3.0 litros e câmbio automático ZF de 8 marchas com 340 cv e 50,3 kgfm de torque. Depois, a potência foi elevada para 382 cv.
Em 2022, o Supra finalmente recebeu a opção de câmbio manual, enquanto o Z4 se mantém sempre automático. Além disso, o BMW também é, tradicionalmente, um roadster, enquanto o modelo japonês deverá, como manda a cartilha, sempre ser um cupê.
3) Wiesmann
A Wiesmann é uma fabricante alemã fundada em 1988 pelos irmãos Martin e Friedhelm Wiesmann. A empresa fabricou esportivos artesanalmente entre 1993 e cerca de 2010, onde aproximadamente 180 unidades foram produzidas. Todas usaram motores e transmissões fornecidas pela BMW.
Os primeiros modelos, os MF 30 e MF 3, foram equipados com os motores de 6 cilindros em linha do M3. O MF 30 com o famoso M54 de 231 cv e o MF 3 com o motor S54, com 343 cv. Ambos podiam ser equipados com câmbio manual, ou o automatizado SMG, também usado nos M3 da época.
Os últimos modelos, GT MF4 e MF5, foram equipados com os motores mais fortes da BMW. O MF4 veio com o N62 V8 aspirado de 4,8 litros e 367 cv e posteriormente o S65 de 4,0 litros e 420 cv, também de aspiração natural. O MF5 foi o mais potente de todos, chegando a usar o V10 do M5 da época, com 507 cv. O último MF5 usou o bloco S63 V8 biturbo com 555 cv.