O mercado de usados voltou a crescer em março, quando foram negociados 952.882 veículos, bons 31,28% de alta em relação a fevereiro. Em relação a março de 2022, o aumento foi de 10,93% nas vendas de usados.
A alta mais expressiva em relação a fevereiro tem explicação nos 5 dias úteis a mais que março teve. No entanto, o mercado de usados está de fato mais aquecido. O acumulado do ano já ultrapassou o do mesmo período de 2022, com 2.465.109 unidades e atingiu os níveis de 2019, antes da pandemia.
Porém, a alta do mercado de usados é um indicador de que nem tudo anda bem no mercado de zero quilômetros. As taxas de juros elevadas e as restrições de crédito para aquisição de carros novos empurram os compradores para os usados.
E com mais carros usados sendo revendidos, maior a idade média da frota. Em 2021, dado mais recente do Sindipeças, a frota brasileira atingiu 10 anos e 3 meses de idade média, a maior desde 1995.
Uma das consequências é a deterioração da qualidade do trânsito brasileiro, com carros mais antigos, menos seguros e mais poluentes em circulação. Mesmo que carros com tecnologias mais recentes cheguem ao País, eles ficam restritos à uma pequena parcela dos compradores, com a maioria ainda rodando com modelos mais antigos.
A lista dos mais vendidos é o retrato desta realidade, com VW Gol, Fiat Palio e Fiat Uno nos três primeiros lugares, respectivamente. Entre os 10 mais vendidos, apenas Chevrolet Onix e Hyundai HB20 tem itens como airbags frontais e freios ABS em todas as unidades comercializadas no Brasil.