Na hora de comprar um carro seminovo ou usado um dos cenários mais comuns é se deparar com o impasse entre levar um carro mais antigo, mas menos rodado, ou um mais novo, porém com alguns quilômetros a mais no hodômetro. E nem sempre a resposta para esta pergunta é das mais simples.
Um dos principais pontos a se levar em consideração é o histórico de manutenção dos veículos em questão. Quilometragem menor não é sinônimo de manutenção em dia, portanto, peça o histórico dos carros que estiver pesquisando.
Uma unidade mais rodada, mas com histórico de manutenção em dia, bem cuidada pelos donos anteriores, tem muito menos propensão a dar problemas do que um teoricamente “mais novo”, mas sem o mesmo histórico.
Veja a qualidade das peças usadas na reposição, como pneus, palhetas de para-brisa e bateria. São detalhes que mostram o cuidado que o dono anterior tinha com o carro.
Veja também a lista de equipamentos de cada unidade. É comum que com o passar dos anos, as fabricantes façam melhorias e incorporem equipamentos que nem sempre são visíveis a olho nu, como controles de tração e estabilidade, airbags laterais e de cortina, por exemplo.
E também não é raro que as retirem de um ano para o outro, fazendo unidades mais antigas serem mais completas do que mais novas.
Caso se tratem de unidades com poucos anos de fabricação, verifique se ainda estão na garantia. Para terem cobertura, precisam ter todas as revisões feitas no tempo correto e numa autorizada da marca, caso contrário, a garantia é cancelada. Isso pode ser decisivo na escolha entre um ou outro carro.
Pesquise também sobre defeitos crônicos, caso esteja pesquisando sobre carros diferentes. É comum que alguns carros sejam assombrados por defeitos crônicos cujas fabricantes tiveram dificuldades em resolver quando as unidades eram novas.
Veja também se houveram recalls e se a unidade em questão foi levada a uma concessionária para as inspeções convocadas pelas marcas. Basta ir no site da montadora, procurar pela seção de recall e entrar com número de chassi para saber se a unidade está em dia. O documento do carro também já indica se a unidade tem recall pendente.
Como visto, tudo depende das condições específicas de cada unidade na hora de fechar negócio. Segundo estudo da KBB Brasil, o brasileiro roda em média 12.900 quilômetros no primeiro ano de aquisição. Depois, também segundo a KBB, a média diminui cerca de 390 km por ano.
Portanto, segundo a média, é esperado que um carro com 5 anos de uso esteja na casa dos 60.000 km rodados. Carros com muito menos do que isso no hodômetro precisaram ter feito revisões por tempo, anuais, comprovadas no manual de manutenção. Unidades muito mais rodadas, também precisam ter manutenções por quilometragem, também com comprovantes.
Em ambos os casos, o que pode variar é o valor. Uma unidade mais rodada pode ser adquirida por um valor menor do que uma mais “novinha”, mesmo que ambas com perfeito histórico de manutenção. Portanto, levar um modelo mais rodado, desde que seguidos os devidos cuidados, pode render ainda um descontinho.