Durante um evento da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), realizado recentemente em Brasília, o vice-presidente Geraldo Alckmin revelou que não há qualquer possibilidade de renovação das medidas que reduziram os preços dos carros, impostas pelo governo federal. De acordo com Alckmin, essas medidas têm prazo determinado e visam apenas oferecer um alívio temporário até que os juros sejam reduzidos.
Durante a coletiva para jornalistas, Alckmin explicou que o cenário econômico tende a melhorar devido à queda da inflação e aos juros futuros que já estão em declínio. No entanto, ele ressaltou a necessidade de preocupação com o acesso ao crédito, já que a falta de financiamento e os altos juros têm sido problemas que afastam a maioria da população da compra de automóveis.
Essa postura do governo vai de encontro aos pedidos da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que tem defendido a extensão dos benefícios para continuar impulsionando as vendas nas concessionárias. A própria associação divulgou recentemente que o movimento nas lojas aumentou 260% desde o anúncio dos descontos.
O governo espera que todo o estoque com desconto seja vendido em um prazo de 15 dias, disponível exclusivamente para pessoas físicas. Após esse período, a oferta será estendida aos frotistas, que aguardam ansiosamente pela oportunidade de renovar suas frotas também com preços reduzidos. No entanto, o governo busca evitar essa prática, pois o programa foi desenvolvido com o objetivo de beneficiar a população em geral. Alckmin comentou que a resposta dos consumidores tem sido positiva e que a procura nas concessionárias tem crescido consideravelmente.
O pacote de incentivos implementado pelo governo tem como meta impulsionar a indústria automotiva, buscando o emplacamento de cerca de 3 milhões de unidades por ano, o que aqueceria o mercado com a venda de aproximadamente 130 mil veículos licenciados.
Redução dos juros
No entanto, o governo reconhece que, para atingir esses números, será necessário uma redução na taxa Selic, melhorando as condições de crédito. Caso o Banco Central decida manter a elevada taxa atual de 13,75%, não há um plano B definido. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, recentemente afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2% e indicou que a Selic poderá sofrer um corte.