O LatinNCAP divulgou os resultados da útlima bateria de testes que incluiu o novo Citroën C3, com resultados pouco animadores. O hatch foi mal em praticamente todos os ensaios e tirou nota zero, de cinco estrelas possíveis. O C3 foi o único modelo avaliado nesta rodada de testes.
No principal ensaio, o de colisão frontal, o hatch entregou proteção fraca na região do peito do motorista. O LatinNCAP aponta como uma das causas a falta de pré-tensionadores nos cintos de segurança. A estrutura também foi considerada instável, embora a região das pernas do motorista e passageiro tenham recebido avaliação “adequada”.
O impacto lateral foi o ponto mais fraco do Citroën C3. O modelo já teria zerado a nota por não ter air bags laterais nem como opcional em nenhuma versão. Mas além disso, as portas quase se abriram por completo no teste de impacto, algo que também faria o C3 tirar nota zero, mesmo que contasse com air bags.
O modelo também foi mal no teste de efeito chicote, onde o carro é atingido por trás e os bancos precisam evitar que o corpo dos ocupantes balance com força para frente e para trás. O resultado foi ruim e os bancos não atenderam aos pré-requisitos do LatinNCAP.
A proteção para crianças teve resultado bom, mas a entidade ressalta que os pontos de fixação Isofix não têm marcação correta e alguns modelos de cadeirinhas não puderam ser instaladas corretamente. Também não há como desligar o air bag frontal do passageiro, impossibilitando a colocação de uma cadeirinha no banco dianteiro.
Apenas o sistema de controle de tração e estabilidade foi aprovado no C3. Dentre os modelos recentemente testados da Stellantis, o melhor colocado foi o Peugeot 208, que conta com airbags laterais. Fiat Strada, Argo e Cronos também zeraram o teste, assim como o C3.
‘Bronca’ do Latin NCAP
Segundo o Secretário Geral do Latin NCAP, Alejandro Furas, “é alarmante como a Stellantis repetidamente desconsidera a segurança básica para os latino-americanos e é inaceitável que seus veículos alcancem um nível tão baixo de segurança quando eles sabem muito bem como produzir carros acessíveis e muito mais seguros”.
O presidente do conselho de Administração da entidade foi além e disse que “é vergonhoso que a Stellantis, que sabe perfeitamente como desenvolver carros mais seguros a preços acessíveis, tenha projetado um carro de segurança tão ruim como o Citröen C3. Um carro dessa natureza representa uma afronta à saúde e à integridade dos latino-americanos, que são tão vulneráveis em situações de colisões e atropelamentos quanto os habitantes dos países onde a Stellantis jamais se atreveria a comercializar um carro com segurança tão precária.”