A General Motors anunciou o encerramento da greve histórica que assolou as últimas semanas da indústria automobilística dos Estados Unidos. Estima-se que a gigante automotiva desembolsará cerca de US$ 9,3 bilhões (equivalente a aproximadamente R$ 45 bilhões) para atender às demandas dos trabalhadores sindicalizados, notadamente do UAW e do Canadian Unifor.
Entre os termos acordados, o destaque vai para o aumento salarial de 25% e a promessa de estabilidade no emprego para os colaboradores sindicalizados durante a transição da indústria para a produção de veículos totalmente elétricos. Esse acordo implicará um custo adicional de cerca de US$ 575 (R$ 2.800 em conversão direta) por veículo ao longo do contrato, que expira em 2028.
Mary Barra, CEO da GM, afirmou: “Estamos finalizando um orçamento para 2024 que compensará totalmente os custos incrementais de nossos novos acordos trabalhistas. Nosso plano de longo prazo inclui a redução da intensidade de capital do negócio, desenvolvimento mais eficiente de produtos e uma maior redução de recursos fixos e custos variáveis. Com isso claro, e com nosso sólido balanço, planejamos devolver um capital significativo aos acionistas”.
A montadora americana planeja recomprar imediatamente US$ 6,8 bilhões de suas ações ordinárias em um programa de recompra de US$ 10 bilhões recém-anunciado, com o restante das recompras ocorrendo até 2024. Além disso, a GM anunciou um aumento de 33% em seus dividendos em ações ordinárias, elevando-os de nove centavos por trimestre para 12 centavos por trimestre, com previsão de vigorar no início de 2024.
A greve protagonizada pelo sindicato UAW durou aproximadamente seis semanas e foi uma das maiores já realizadas nos Estados Unidos. Mais de 45 mil trabalhadores participaram da paralisação, afetando atividades em sete fábricas e 38 centros de distribuição de peças, espalhados por 22 estados norte-americanos. Não apenas a GM, mas também trabalhadores da Ford e Stellantis fizeram reivindicações durante esse período conturbado.