Existem duas situações onde a sangria dos freios é importante. A mais comum é no momento de troca do fluído de freio, que exige esse procedimento. Já a outra pode acontecer sem interferir no fluído, sangrando os freios apenas para corrigir um eventual problema e eliminar o ar que existe no sistema.
Nesta matéria você verá como sangrar os freios corretamente e entender o porquê e quando esse procedimento é realizado.
O que é sangrar os freios do carro?
Essa ação é praticada quando o sistema hidráulico dos freios de um veículo apresenta ar em sua região interior.
Trata-se realmente de um procedimento relativamente simples, mas que ajuda muito em alguns casos.
Quando a sangria é feita?
Em momentos que o pedal do freio responde de forma estranha, pode ser que a sangria dos freios seja necessária para que o sistema elimine todo ar que tenha entrado nele. Geralmente, o pedal fica “baixo”, demorando um pouco a responder e dando a impressão de estar “borrachudo”.
Alguns proprietários simplesmente esquecem ou nem sabem que o fluído de freio existe, mas ele é fundamental para o bom funcionamento de todo o sistema de freios de seu automóvel, e por isso merece muito cuidado e atenção.
Sua troca precisa ser realizada após um certo prazo, geralmente de 2 anos sem um limite de quilometragem. Para ter certeza, consulte o manual de instruções do fabricante de seu carro para descobrir a informação correta destinada ao modelo específico.
Para isso o fluído de freio antigo deve ser totalmente retirado antes do novo ser adicionado, e por mais que você elimine todo o líquido presente no reservatório, dentro do sistema ainda haverá fluído antigo, e por esse motivo é preciso sangrar o freio para ejetar também o líquido que se encontra dentro do sistema hidráulico do freio.
É de suma importância frisar que existem alguns tipos diferentes de fluído de freio, e por conta desse motivo você deve consultar o manual de seu veículo para garantir a compra do produto correto. Fluídos diferentes não costumam se misturar, portanto não coloque dois fluídos distintos no mesmo reservatório. Aliás, este é um dos motivos para precisar fazer a sangria no momento da troca.
Como sangrar o sistema de freios e trocar o fluído?
Agora que você já entendeu para que serve esse processo, chegou a hora de conferir um passo a passo explicando o que deve ser feito ao realizá-lo.
Antes de começar vale ressaltar que você precisará de uma outra pessoa para te auxiliar na sangria, pois alguns momentos exigem duas ações ao mesmo tempo. Separe também o novo fluído de freios e um recipiente para receber o fluído velho, além de uma chave de boca com tamanho específico para o “sangrador”, como é chamado uma espécie de parafuso que fica atrás dos freios e libera o fluído velho.
É importante não forçar o sangrador, e se ele apresentar resistência, borrife um pouco de óleo lubrificante para facilitar seu afrouxamento.
Agora sim, vamos ao passo a passo!
- 1 – Para tornar o processo mais prático, você pode subir o carro e colocá-lo em cavaletes (ou em um elevador automotivo), retirando as rodas em seguida. Isso te dará um maior acesso ao sistema que fica atrás dos freios. É importante que o veículo esteja em um local plano.
- 2 – Em seguida, abra o capô do automóvel e localize o reservatório do fluído de freio. Retire a tampa do reservatório e uma espécie de filtro que ele possui, posteriormente o esvaziando completamente, contando com ajuda de uma seringa ou bomba de sucção.
- 3 – Após esvaziar todo o recipiente, é importante limpá-lo com um pano limpo e retirá-lo para lavagem caso esteja muito sujo. Se você optar pela segunda opção, após a lavagem seque muito bem o reservatório antes de colocá-lo novamente no carro, pois nenhuma quantidade de água pode estar presente no sistema.
- 4 – Depois de limpo e vazio você poderá adicionar o fluído novo (de acordo com a especificação indicada no manual) no recipiente até que atinja o nível máximo permitido e indicado pelo próprio compartimento.
- 5 – O quinto passo deste processo consiste em sangrar o freio para eliminar o fluído velho que está presente no sistema. Para isso, você terá que afrouxar o “parafuso” sangrador que fica localizado atrás da roda e dos freios. É importante que você faça este procedimento em uma roda de cada vez, e utilizar uma mangueirinha para alocar o fluído velho em alguma embalagem também é recomendado.
- 6 – Para começar a ejetar o líquido velho, será preciso bombear o pedal do freio, e para não forçar o cilindro do sistema você pode colocar um bloco ou um pedaço de madeira embaixo do pedal de freio, dessa forma não permitindo que ele possa ser acionado até o fim no momento de pressioná-lo.
Se houver cuidado, o processo também pode ser feito sem colocar um objeto embaixo do pedal, mas lembre-se de não o empurrar até o fim.
Durante a ejeção do líquido antigo, conte com a ajuda de alguém para monitorar o reservatório do fluído e garantir que ele não esvazie (ou fique perto disso), completando com mais fluído novo quando for necessário. Isso é feito para não permitir que entre ar no sistema.
- 7 – Quando o novo líquido chegar aos freios, será possível percebê-lo por conta da diferença de cor entre o mais recente e o antigo. Neste momento você pode parar de sangrar o freio. Repita o procedimento em todas as rodas, respeitando um formato de Z, ou seja, começando pela dianteira esquerda, passando para dianteira direita, traseira esquerda e terminando na traseira direita.
Leve o veículo em uma oficina
Por mais que não seja exatamente difícil, a troca do fluído de freio é no mínimo trabalhosa e detalhista. Para garantir um serviço de qualidade e sem erros, opte por levar seu carro a uma oficina especializada de confiança, onde um profissional devidamente capacitado ficará responsável pela troca, até mesmo utilizando equipamentos específicos para facilitar este procedimento.
Caso seu carro tenha ABS, levá-lo à oficina é ainda mais importante, pois algum scanner pode ser necessário durante a troca.
Também é essencial não descartar o fluído velho em qualquer lugar. Procure um local adequado que receba esse descarte.