As consequência da guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, são muitas e disparam crises e perdas para todos os lados. Hoje (16) saiu mais uma delas, realmente surpreendente, que é a decisão da Renault de deixar a Rússia de vez.
Em termos formais, isso significou a venda de duas empresas que eram do Grupo Renault. A primeira representa a venda de nada menos que 100% das ações da Renault Rússia, para o próprio governo de Moscou.
A segunda diz respeito à participação de 67% na AvtoVAZ (principal montadora automobilística do país, detentora da famosa marca Lada), que o Grupo Renault detinha e vendeu para um instituto russo.
O comprador é o NAMI (Instituto Central de Pesquisa e Desenvolvimento de Automóveis e Motores). A AvtoVAZ adotou a marca Lada nos anos de 1960, época em que chegou a operar comercialmente em parceria com a Fiat.
A fábrica é localizada em Tolyatti, cidade russa que conta com cerca de 750 mil habitantes. O mais incrível de tudo isso é que esse percentual colossal da Renault, que soma um valor acima dos US$ 2 bilhões, pode ter sido vendido por “um rublo simbólico”.
Segundo Manturov, ministro russo da Indústria e Comércio, isso é o que a Renault havia declarado ainda em abril. Ou seja, antes das negociações serem concluídas e um mês depois de começarem as ameaças sobre deixar o país que invadiu a Ucrânia.
Como ficará a Renault russa?
O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, viu a nacionalização da Renault Rússia com bons olhos e já declarou parte da estratégia que se seguirá nos próximos meses.
Ele promete retomar a produção dos carros de passeio da histórica marca Moskovich, uma montadora da época soviética. Além disso, o prefeito prometeu que a nova direção também vai tentar manter a maior parte dos trabalhadores da Renault Rússia, cerca de 45 mil funcionários.
Outra iniciativa diz respeito a mirar a produção futura no mercado de eletrificação dos carros, abandonando os motores a combustão.
Sobyanin também lembra que Logans, Dusters e Sanderos já saíram da linha de montagem da Moskovich, prometendo que futuros anos de glória virão pela frente.
A decisão já está tomada?
Essa foi considerada, até agora, uma das transações comerciais mais marcantes desde a ofensiva da Rússia contra a Ucrânia, representando um marco na crise.
A decisão já foi aprovada pelo conselho administrativo da gigante francesa e o fechamento das transações já se deu, sem retorno no curto prazo.
No entanto, há uma opção no contrato que permitiria à Renault renegociar a participação na AvtoVAZ dentro de seis anos, sob outras condições político-econômicas.
O próprio CEO da Renault, Luca de Meo, falou sobre a dificuldade da decisão, que ele também chamou de “necessária”.
Na verdade, a decisão vem na esteira de uma tendência que o mundo automobilístico já vinha sinalizando. Tanto que em março a Suzuki Hungria já tinha anunciado que estava interrompendo a exportação de carros para a Rússia.
Volvo, Ford, Land Rover e Mitsubishi não demoraram a fazer uma pausa nos negócios por lá, chegando a interromper a produção. Mas a decisão da Renault foi a mais séria até agora, e também a mais pesada financeiramente.
Afinal, em 2021, antes do início da guerra, a Renault Rússia foi o segundo mercado mais rentável para a marca francesa, com mais de 480 mil unidades vendidas. O que ficava atrás apenas da própria França em termos de volume de vendas.
Com os Karvi Certificados inspecionamos o funcionamento de 280 itens presentes nos carros usados que vendemos através da nossa rede de concessionárias. Além disso, fornecemos ao comprador uma garantia mecânica de um 1 ano. Por isso, adquirir um certificado Karvi é a forma mais segura de comprar um carro seminovo. Confira mais sobre nossa forma de trabalhar e adquira seu modelo com tranquilidade clicando aqui. |