Pouca gente já ouviu falar na sigla OTA (Over The Air), mas ela promete tornar os carros semelhantes aos celulares em termos de atualização de software. Com a diferença de que com veículos isso incluirá até mesmo os recalls que não seja físicos.
O termo em inglês, da sigla OTA, pode ser traduzido por algo como “sobre o ar”. Ou seja, uma troca de dados que ocorre mais ou menos como um bluetooth ou um wi-fi.
Mais do que uma comparação com celulares e computadores, essa tecnologia acaba tornando os veículos uma extensão desses dispositivos.
Ou seja, os carros que já têm altos níveis de automação, com o sistema OTA poderão permitir uma integração bem maior em termos de funcionalidades.
No fundo, esses automóveis se integrarão com toda uma gama de tecnologias, como a Computação na Nuvem, a Conexão 5G, a Internet das Coisas e tantas outras frentes de Inteligência Artificial.
Os carros não serão hackeados?
Porém, tudo isso também abre a questão para o risco de hackeamentos e invasões. Por isso, já tem marca especializada aproveitando para entrar nesse segmento.
É o caso da eSync Alliance, que vem combinando computação na nuvem e automobilística, com a finalidade de fornecer transações de dados seguras entre veículos e eletrônicos instalados neles.
Isso inclui linhas como a de tecnologia de segurança passiva e ativa. Ou seja, o sistema operacional do carro tenderá a funcionar como uma blindagem lógica, protegendo contra ameaças externas.
Vale lembrar que uma das motivações do sistema OTA, além do conforto do cliente, são os custos que as próprias montadoras têm em termos de atualização e recalls de frotas. Tais valores ainda chegam à casa dos bilhões de dólares anualmente.
Já tem carros com sistema OTA?
Uma das pioneiras nessa tecnologia é a HERE Technologies, marca holandesa que faz parte de um consórcio controlado por montadoras como BMW, Audi e Mercedes-Benz.
Mas quem saiu na frente até agora foi o Volvo, com o XC40 Recharge. Um modelo 100% elétrico da fabricante sueca, que em sua pré-venda chegou a custar mais de R$ 380 mil, e que já dispensa concessionárias na hora de fazer o recall.
Nele, o sistema OTA funciona com uma base de ficheiros de atualização, que o condutor pode acessar pelo aplicativo Volvo Cars. Assim, direto pelo display do automóvel a pessoa pode procurar e programar atualizações de sistema.
Além da correção dos famosos bugs e defeitinhos de sistema, o OTA também vai permitir atualizações de melhorias. Por exemplo, sobre avanços no software de tração, na parte de autonomia elétrica e até em termos de baixa no consumo. Incrível, não é mesmo?!
A Chevrolet também acesso ao sistema Over The Air. Ela está presente nos carros que tem a central multimídia MyLink e o sistema de internet a bordo do carro 4G, que permite algumas atualizações.