Embora não seja tão conhecida popularmente, essa tecnologia não é nova e também não chega a ser uma exclusividade de marcas de luxo.
O eixo traseiro esterçante, também chamado direcional, atinge um ângulo bem menor que o dianteiro (algo muito sutil, às vezes até imperceptível para quem não prestar atenção), mas ainda assim pode ajudar bastante.
Outros termos para a mesma tecnologia incluem Rear Steering Axle, 4-Wheel Steering ou simplesmente 4Control.
O fato é que, em baixa velocidade, fica mais fácil manobrar um carro se as rodas traseiras também esterçam. Assim como o equilíbrio dinâmico na hora de fazer curvas em alta velocidade fica mais ágil.
Na verdade, até em linha reta a estabilidade pode melhorar. Mas tem um segredo de engenharia que é interessante: quando em baixa velocidade, as rodas traseiras esterçam para o lado oposto em relação às dianteiras.
Isso reduz o diâmetro de giro, que é o que facilita as manobras em espaço reduzido. Tanto que ônibus articulados e máquinas agrícolas também contam com esse recurso.
Já a estabilidade em curvas em alta velocidade depende das rodas traseiras serem direcionadas em harmonia com as dianteiras, indo para o mesmo lado.
Sistema passivo ou ativo?
Há dois sistemas principais que permitem colocar essa engenharia em uso. O passivo e o ativo, sendo que o primeiro deles ocorre sem a intervenção de qualquer sistema elétrico, hidráulico ou mesmo de interação com as rodas dianteiras.
Neste caso, é a movimentação do carro que induz o eixo traseiro esterçante, atuando de modo mais simples. Uma alteração de 3,5°, por exemplo, muda o raio de esterço em 10%.
Já o sistema ativo é mais elaborado, por contar com tecnologia eletromecânica. Assim, há parâmetros de velocidade e de movimentação que vão alterar o funcionamento do eixo especial, na casa dos 2° de esterção.
Carros com a tecnologia
A primeira versão popular foi a do Mazda MX-6, ainda em 1988. Na década de 1990 o mercado automotivo já tinha opções como o Citroën Xsara, o Honda Prelude e o Peugeot 306. Nos modelos franceses, o sistema atuava de forma passiva. Eles tinham buchas da suspensão que permitiam uma leve movimentação das rodas de trás. O japonês Prelude era mais sofisticado e tinha de fato esterçamento como os carros atuais.
Opções de luxo podem incluir modelos da Audi, entre eles o Q7. Sem falar na Porsche, cujo maior exemplo é o 911 GT3.