Quem já dirige há um tempo provavelmente já se viu diante de um alagamento. Ou então, tem medo de que isso aconteça em algum momento. Afinal, o que fazer nessa hora para dominar a situação com segurança?
De fato, não é apenas a integridade do carro que está em perigo (lembrando que, dependendo do que acontecer, a maioria dos seguros não cobre o prejuízo). Mas também a segurança do condutor está em questão.
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Por isso, é preciso prestar atenção na via alagada, nos arredores e, ao mesmo tempo, nas regras de direção defensiva, nas normas de trânsito e na apólice da seguradora. Nada fácil, né?! Então, para saber como fazer tudo isso, basta seguir adiante!
O que o seguro veicular cobre?
É preciso lembrar que no Brasil praticamente todas as seguradoras cobrem danos contra enchentes e alagamentos. Mesmo os planos mais básicos, pois isso é um padrão nacional.
O que precisa ser feito, no entanto, é uma leitura atenta da apólice, pois podem haver condições nessa cláusula. A principal diz respeito ao agravamento da situação, quando o condutor tenta atravessar a enchente.
Se o carro for surpreendido e acabar submerso na garagem ou mesmo parado na rua, a maioria dos seguros irá cobrir o prejuízo. Mas o mesmo não ocorre se a responsabilidade for atribuída ao segurado.
As dicas mais básicas
Primeiramente, fique sempre atento ao noticiário. Seja pela televisão antes de sair de casa ou do trabalho, seja pelo rádio enquanto dirige até seu destino.
Além disso, preste atenção nos pontos de alagamento do seu trajeto habitual, pois eles costumam rotineiros. Se for novo na região, converse com locais ou pesquise.
Mas, caso não tenha sido bem sucedido nisso e se encontre diante do alagamento, mantenha a calma. De início, meça primeiro a altura da água.
Se ela já estiver ultrapassando a metade da roda, qualquer tentativa de travessia será em vão. Será praticamente certo que o carro vai parar no meio do caminho. A medida é usada por corresponder à altura da saída do escapamento. Se coberto, vai ocasionar a parada no funcionamento do motor.
Ainda assim, mesmo que a altura da água pareça segura, considere o risco da profundidade ser diferente em pontos diferentes do alagamento. Ou ainda, o risco da extensão da enchente levar seu carro a pontos desconhecidos e mais profundos.
Nesses casos, o perigo do carro parar em um buraco ou mesmo acabar submerso é grande. Sem falar nas famosas bocas de lobo (tampa do bueiro). Eles que podem se destampar e virar verdadeiros redemoinhos que sugariam até o mais experiente nadador.
Em todos esses casos, por via das dúvidas o melhor é, caso não seja possível enfrentar o alagamento ou contorná-lo com segurança, simplesmente estacionar o carro em local seguro e esperar a água baixar.
Decidiu atravessar? Cuidado!
Se você constatou que, contra toda e qualquer dúvida, é possível fazer a travessia, não significa que você pode proceder como bem entender ou sem mais cuidados.
Na verdade, mesmo que a água esteja abaixo da metade da roda, ainda há riscos para o carro. Para evitá-los, saiba que durante a travessia é indicado trocar de marchas e nem acionar a embreagem.
Então, mantenha uma velocidade constante e reduzida antes de iniciar o trajeto, o que provavelmente significará ficar na primeira marcha, no máximo na segunda. Sendo mais técnico, o ponteiro do conta-giros deve ficar entre 2800 e 3000 rpm.
Se o carro for automático, vá de marcha reduzida “L”, ou opte pela mais baixa nas sequenciais. Tudo isso vai ajudar a evitar, por exemplo, a entrada de água no escapamento.
Além de não trocar de marcha, evite freadas bruscas e também ande em linha reta o máximo possível. Por fim, tome cuidado com caminhões e ônibus, deixando eles na frente para que não criem marolas que possam atingir seu carro.
Atenção: o carro morreu no meio do trajeto?
Se o carro morrer durante a travessia, não insista mais. É bem provável que tenha entrado água nos dutos de admissão de ar ou no escapamento. Então, se você insistir em fazer o motor pegar, isso pode causar o famoso calço hidráulico, uma avaria grave.
Isso quer dizer que a água travou não apenas o movimento do pistão dentro do cilindro (provavelmente quebrando esse pistão), mas também a biela e outras partes e peças do motor. Só daí você já vai precisar de uma retífica.
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Redobre sempre a atenção
Se a chuva e o chão molhado já pedem que você redobre a atenção, pois o risco de acidentes aumenta consideravelmente, nem se diga diante de um alagamento.
Por incrível que pareça, isso implica algumas técnicas. Por exemplo, manter a calma e considerar que atenção não é focar todas as suas energias na água, já que os outros carros e possíveis obstáculos continuam existindo, não é verdade?
Então, se for fazer a travessia, por exemplo, observe o fluxo de veículos que já estejam fazendo isso, na mesma mão que a sua ou, sobretudo, na contramão.
Desligar o rádio também ajuda a se concentrar. Segundo especialistas, a simples travessia já exigirá mais do carro, por ser feita em marcha lenta, então é aconselhável desligar, durante esse breve período, também o ar condicionado ou luzes internas.
Acender as luzes externas é obrigatório. Isso vai ajudar você e também os demais condutores.
O dia seguinte: revisão no carro
É isso mesmo. Se você tiver feito uma travessia por alagamento, mesmo que pareça estar tudo bem e ter dado 100% certo, é aconselhável levar o carro para uma revisão completa.
A não ser que você tenha um off-road 4×4, é possível que algum componente mecânico ou mesmo elétrico tenha sido comprometido, como os próprios faróis. Afinal, talvez você não tenha certeza de quantas marolas atingiram essa altura do carro.
A mesma regra vale para possíveis infiltrações que você ainda não tenha detectado, mas que com o tempo deixarão um cheiro ruim generalizado. Então, peça para um tapeceiro dar uma olhada. Se for preciso lavar carpete, tapetes e bancos, ele é que dirá.
Lembrando que a falta de uma higienização bem feita pode causar não apenas cheiros ruins e incômodos, mas também a corrosão de várias partes. Inclusive do porta-malas, que também merece atenção na hora da revisão.
Aproveite para analisar também o sistema de ventilação e fazer uma troca de óleos e de filtros. Sem falar, obviamente, nas pastilhas e discos do freio, que podem estar seriamente comprometidos.