Por um lado essa informação pode parecer óbvia, mas também é verdade que ela pode surpreender algumas pessoas. Na prática, um carro 0km já chega rodado nas mãos do seu dono? A resposta é sim. Abaixo, entenda por que e até quanto é aceitável encontrar no hodômetro do carro novo.
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De maneira bastante parecida, por aqui nós também já falamos sobre o fato de que o carro 0km não sai na hora: veja até quanto tempo pode demorar. Falamos sobre os 5 golpes mais perigosos na hora de comprar um veículo. E até sobre como comprar um carro à vista: veja as 5 vantagens principais e fique por dentro!
Carro 0km já chega rodado: entendendo melhor
Em termos práticos ou legais, não há nenhuma lei brasileira que determine uma quilometragem máxima para o hodômetro dos carros novos que se encontram na concessionária. Mas uma coisa é certa: o termo 0km ou zero-km é apenas nominal.
Na prática, um carro novo roda alguns bons quilômetros antes de chegar à concessionária. Desse modo, no Brasil existe uma espécie de consenso, no sentido de que alguns quilômetros são aceitáveis.
Ou seja, é possível que um carro zero-km tenha uma quilometragem, na casa das dezenas, registrada em seu hodômetro, ao sair da concessionária pela primeira vez. Esse itinerário começa na própria linha de montagem, ainda na fábrica.
Ao fim dela, o carro desce ao solo pela primeira vez, já completamente montado e finalizado. Então, todo esforço que ele fizer já começará a ser registrado no hodômetro, caso ele não venha a ser alterado. E os deslocamentos são diversos, como veremos detalhadamente abaixo.
Carro 0km já chega rodado: o itinerário oficial
Vamos usar o exemplo de um carro que não seja feito aqui no Brasil. Depois, para deduzir os números do que é feito aqui, fica bem mais fácil. Então, o veículo começa rodando da planta (onde está a linha de montagem) até um pátio ou um entreposto.
O pátio é para o caso de ele ser vendido no mesmo país onde foi fabricado. O entreposto é o local que antecede um porto de exportação. No Brasil, os maiores portos são o Porto de Santos (São Paulo), o Porto de Paranaguá (Paraná) e o Porto de Itaguaí (Rio de Janeiro).
Com ou sem a exportação, esse trajeto de saída da fábrica costuma ficar entre 3 e 5 km de distância. Se o veículo for exportado, a aventura continua, e no dia da embarcação ele deve rodar mais uns 3 km. Isso inclui a distância do entreposto ao centro de expedição, e o estacionamento.
Lembrando que o automóvel se dirige até um caminhão cegonha, depois desce para o cargueiro e estaciona em sua vaga. Sendo que os navios cargueiros são consideravelmente grandes, e alguns podem chegar a transportar mais de 8 mil carros.
Até aqui o carro já rodou quase 10 km, tendo enfrentado rampas e diversos tipos de pisos. Depois, ele só volta a rodar no país de destino. Então, o trajeto se reinicia com o automóvel desembarcando do cargueiro e voltando para outro caminhão cegonha.
Cada montadora pode agir de um modo diferente, mas geralmente o carro se dirige a um centro de recebimento, que é outro “entreposto”. Depois ao pátio local e, enfim, à concessionária. Aqui podemos colocar mais uns 7 ou 10 km.
Por fim, considere a possibilidade de algum outro cliente em potencial fazer um test-drive antes de você, o que também vai aumentar a quilometragem do automóvel. Assim, não seria nada absurdo que um carro novo importado contasse, em seu hidrômetro, algo entre 20 e 30 km, não é mesmo?
Pondo na ponta do lápis, fica mais fácil de entender. Sendo que se o carro for fabricado e vendido no mesmo país, esse número pode cair para cerca de 10 km apenas. Naturalmente, do transporte ao estoque as montadoras tomam diversas medidas para que nada disso danifique o veículo.
Esses cuidados tomados são algo que incluem desde manter o freio de mão liberado (para preservar as pastilhas), até a realização de checagens gerais contra danos leves ou médios. Algumas marcas verificam até 20 pontos ao todo, entre mecânica e lataria, para manter um maior controle de qualidade.