Já explicamos por aqui como funcionam os carros elétricos e as adaptações que ele permite. Pouca gente sabe, mas o veículo movido a hidrogênio é, no fundo, um elétrico. Só que adaptado com células que convertem o hidrogênio em energia elétrica.
Também há casos de adaptação por meio de placas solares. É o caso do já conhecido Lightyear. Ou por meio de biocombustíveis, como o carro movido a esterco. Agora, a VW Brasil e a Unicamp querem fazer um carro elétrico movido a etanol. Veja como!
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Uma parceria entre Volkswagen e Unicamp
O projeto da Volkswagen é, na verdade, uma parceria da montadora alemã com a Unicamp. A Universidade Estadual de Campinas aceitou abraçar esse desenvolvimento a quatro mãos por acreditar que ele é necessário.
Afinal, a popularização do carro elétrico no Brasil promete ser lenta. Por parte da VW, ainda este ano será inaugurado um Centro de Pesquisa & Desenvolvimento.
Localizado na planta da montadora em São Bernardo do Campo (SP), o foco ali será pesquisar novas soluções de motorização elétrica. Justamente com vistas a adaptar o sistema já existente à realidade de biocombustíveis como o etanol, feito da cana-de-açúcar.
O foco não está apenas em criar essa adaptação, mas em torná-la comercialmente viável. Ou seja, algo de larga escala e também acessível financeiramente.
Até porque, vale lembrar que o etanol já é algo inteiramente difundido no Brasil. Com isso, seria mais fácil falar em eletrificação. Aparentemente, esse caminho agradaria não apenas os consumidores, mas também outras empresas e até as políticas de governo.
Funcionamento e vantagens do novo sistema
Como dissemos antes, o carro movido a hidrogênio é, no fundo, um elétrico. O primeiro modelo que saiu com as células de conversão para essa plataforma foi o Toyota Mirai.
O mais interessante é que em qualquer um desses casos, a tecnologia dispensa a necessidade de recarregar as baterias veiculares. Isso vale para todos os sistemas de célula convertida, como etanol, hidrogênio e luz solar.
Além disso, outra vantagem do projeto da VW com a Unicamp é que essas plataformas exigem menos baterias. Assim, não teríamos de produzi-las ou importá-las em grande quantidade, barateando ainda mais a solução.
Outro benefício é a promessa de que assim o etanol poderá chegar a render o dobro. Ou seja, em relação a um carro flex. Para isso, haverá uma espécie de microrreformador interno que irá otimizar o processo de conversão.
A base dele é um processo de tipo exotérmico, que lida com mudanças de estado que produzem calor. Sendo que a eficiência térmica de um carro flex atual fica entre 25 e 30%. O que no carro elétrico movido a etanol poderá passar dos 50%.
Dito de outro modo, o sistema convencional faz menos de 15 km/l. O de células de conversão poderá chegar a 25 km/l de autonomia. Seja como for, a previsão de protótipos do novo veículo aponta para o ano de 2025 apenas. Agora é esperar para ver.