Saudade dos tempos em que carro de entrada custava menos de R$ 30 mil? E que um bom carrinho popular estava bem mais ao alcance? Certamente. Aliás, já falamos aqui sobre os motivos para os carros estarem cada vez mais caros.
Por outro lado, com certeza ninguém tem saudade dos veículos “pelados” que vinham por esse valor baixo, certo? Realmente, eram automóveis sem ar-condicionado, airbags, central multimídia e afins. Por isso, entenda adiante o que realmente mudou!
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História do “carro de entrada” no Brasil
Em uma breve história da indústria automobilística brasileira aprendemos muita coisa. Entre elas, vemos que o brasileiro é mais exigente do que parece quando o assunto são carros. Isso ficará mais claro adiante.
Contudo, o contexto dos idos de 1990 infelizmente não davam muitas opções. Os problemas políticos e econômicos da época impunham um cenário negativo. As montadoras, aliás, se esforçavam justamente para “diminuir” os carros.
Ou seja, para tirar o máximo possível de acessórios e opções, focando até mesmo na redução de impostos. Com uma regra dessas, iam embora os equipamentos, tecnologias, motores acima de 1.0. Até a opção de mais de duas portas era incomum.
Porém, da virada do século para cá, e sobretudo nos últimos 10 anos, isso mudou muito. As regras econômicas e políticas mudaram, houve estímulo, concorrência crescente. Enfim, um mercado pujante, que subiu a régua consideravelmente.
Daí que os carros de entrada ou básicos já não sejam tão “populares” ou acessíveis como era de esperar. Para entendermos o que exatamente mudou, vamos listar abaixo os 4 pontos que um carro de entrada precisa ter. Isso mostra o nível atual do mercado.
1. Crescendo por dentro e por fora
Como vimos, é preciso esquecer a ideia de acabamento e equipamentos básicos. Inclusive, um carro de entrada também pode esbanjar um pouco mais por dentro e por fora. Ou seja, ser maior e ostentar uma presença mais bacana.
Tanto que estamos vivendo a era dos SUVs, que são isso mesmo. Ou seja, carros de estilo utilitário e esportivo ao mesmo tempo. Então, pode até haver alguns mimos para versões de topo de linha. Mas mesmo as de base precisam ter uma régua mais alta.
2. Só o tamanho não é documento
Falamos de SUVs maiores, mas vamos lembrar que existem os compactos nesse segmento. O desafio, portanto, é fazer com que esses mostrem seu valor. Exemplos são o Fiat Mobi, o Ford Ka, o Volkswagen Up! e o Renault Kwid.
Então, mesmo que pequenos, a fabricante precisa dar algum status. E apresentar uma solução tecnológica, confortável e até segura. Lembrando que airbags frontais, por exemplo, já se tornaram até obrigatórios.
Também tem a coisa de andar no fio da espada. Por um lado, o público jovem geralmente não é casado, então aceita soluções subcompactas até. Por outro lado, eles curtem viagens e o tempo passado no carro é grande, por conta do trânsito.
Neste caso, mesmo que o veículo possa ser pequeno, volta a necessidade de saber compensar isso. Daí o investimento em som, multimídia e até em bancos cada vez mais sofisticados. O que ilustra bem a mudança que o “carro de entrada” vem passando.
3. Mergulhando na persona do público
Entender a persona do público sempre foi papel do marketing e da criação de produtos. Mas hoje em dia isso atingiu o cume das possibilidades. Assim, é preciso conhecer não apenas faixa etária ou poder aquisitivo, mas muito mais.
Por exemplo, ter interesse pelos sonhos e expectativas das pessoas. O brasileiro tem se tornado cada vez mais exigente, então não é tão fácil agradá-lo. Além disso, as novas gerações influenciam muito nisso tudo, sobretudo as Gerações Y e Z.
4. Os serviço também ajudam
Com o crescimento na exigência e na concorrência, os serviços vão se refinando. Hoje em dia não é incomum ver carros com opções como garantias de 3 ou 5 anos.
Quem virou essa chave no mercado nacional foi o Hyundai HB20. Que além da maior garantia ainda oferece o direito a revisões periódicas. Isso contribui para o dono, mas também para a concessionária não ter imprevistos nos carros sob garantia.