Quanto menos você precisar visitar a oficina mecânica automotiva melhor, certo? Com certeza, mas para os profissionais da área não é assim. Entenda, abaixo, por que os mecânicos tendem a detestar os carros elétricos, mais do que quaisquer outros.
Dada a importância da eletrificação, já a abordamos por várias óticas aqui. Isso inclui pontos polêmicos como o estudo que diz que carros antigos poluem menos que elétricos. E pontos urgentes, como a pergunta se um dia eles serão mais baratos.
Mecânica dos carros elétricos: vantagens
Mesmo quem não entende muito de engenharia veicular deve imaginar que o carro elétrico trouxe muitas novidades. De fato, as diferenças dele para o carro de motor a combustão são muitas. O que impacta diretamente em sua manutenção e, claro, idas ao mecânico.
Só a quantidade de peças já deixa clara a diferença entre os sistemas. No caso do veículo a combustão, temos 1800 peças em média. Para 150 peças no caso do sistema elétrico. Ou seja, a manutenção é radicalmente menor, menos exigente e menos dispendiosa.
Basta considerar que a eletrificação dispensa, por exemplo:
- Óleo lubrificante;
- Sistema de embreagem;
- Caixa de transmissão;
- Sistema de arrefecimento;
- Injeção de combustível.
Sem falar em correias, polias, mangueiras, rolamentos e demais partes e peças que na motriz a combustão se multiplicam. Como se isso não bastasse, os famosos itens ou dispositivos de desgaste natural também duram mais na engenharia elétrica.
Quer um exemplo? A pastilha de freio, que na motriz a combustão dura no máximo 10 mil km. No caso do elétrico ela chega a durar até 25 mil km. O mesmo ocorre com o sistema de amortecedores. Isso porque o elétrico tem sistemas regenerativos.
Ou ainda, tecnologias agregadas que diminuem desgastes, como a do famoso “one pedal”. Como esse sistema reduz sozinho a velocidade quando não acionado, isso reduz a carga exercida sobre o sistema de freio.
Mecânica dos carros elétricos: desvantagens
Até aqui, ficou claro que há muitas vantagens no sistema elétrico, em termos de manutenção e gastos com mecânica. Aliás, não será por isso que as montadoras têm oferecido garantias maiores e revisões de fábrica mais baratas? Certamente.
Quando a revisão se resume a filtro de ar-condicionado, pastilhas de freio e suspensão, fica fácil dar 5 ou 8 anos. Contudo, é de imaginar que nem tudo seja perfeito nesse universo elétrico. E realmente não é, pois também há desvantagens.
Primeiro que as peças citadas acima darão menos defeito, mas e quando acabar a garantia? O fato é que elas são específicas e poucas oficinas atendem essa demanda por enquanto. Ou seja, o serviço será bem mais caro, mesmo que para menos peças.
Por fim, vale lembrar que o sistema de baterias recarregáveis da eletrificação é caríssimo. A troca dum conjunto completo pode chegar ao preço do carro. É isso mesmo, sendo que algumas duram 10 anos, o que “alienaria” o valor do carro logo depois disso.