Dirigir em estradas é muito mais perigoso do que dirigir na cidade, certo?! Bem, não é tão simples assim. Por isso decidimos falar sobre cidade x estrada. E sobre a contradição de quando as rodovias se tornam mais seguras do que as vias urbanas. Confira!
Só de passagem, já falamos várias vezes sobre estradas e rodovias por aqui. Por exemplo, sobre a situação das rodovias brasileiras. Sobre estradas com o maior limite de velocidade do mundo. E até as autoestradas do futuro, que evitarão acidentes.
Cidade x estrada: estatísticas de acidentes
A base que temos para este tema é a do portal Infosiga-SP. Trata-se do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo. Uma ferramenta ou plataforma voltada para a segurança no trânsito.
O site conta com informações detalhadas a respeito de acidentes ocorridos nas estradas do estado de São Paulo. Infelizmente, nem todos os estados brasileiros contam com esse tipo de monitoramento, ao menos não digitalizado. Mas esse já serve como base para o tema.
Só no ano de 2021, o Infosiga-SP chegou a registrar mais de 185 mil acidentes. É justamente apurando eles que começa a ficar clara a relação entre as vias. Sendo que temos as vias urbanas (ou municipais) e as estradas (vias estaduais ou federais).
O primeiro dado é sobre acidentes não fatais: mais de 16% nas estradas. Nas vias urbanas, mais de 81%. Ou seja, muito mais acidentes dentro das cidades do que fora delas. Com os acidentes fatais é parecido: 49% nas vias urbanas, contra 44% nas estradas.
Cidade x estrada: outros fatores
Geralmente, esses dados impressionam porque o consenso nos faz pensar que um acidente na estrada é pior. De fato, como a velocidade praticada ali é bem maior, é claro que isso realmente aumenta as chances de o acidente ser fatal.
Contudo, em termos absolutos há um número muito maior de acidentes urbanos, esse é o ponto. A partir dessa constatação, também há outros fatores e motivos que merecem ser explorados. Por exemplo, que o pico de acidentes se dá aos fins de semana.
Na verdade, especificamente no sábado, sobretudo entre 18h e 21h. O que obviamente está ligado à folga da maioria das pessoas em relação aos dias úteis (de trabalho). Basicamente, essa agenda não reflete o pico de viagens e uso excessivo de estradas.
Outro ponto expressivo é que o maior número de vítimas está entre motoqueiros e pedestres. Dois grupos que também frequentam pouco as estradas, e muito mais as vias urbanas. Um último dado é que apenas 17,4% das vítimas são mulheres. O resto é o público masculino.