Quem nunca xingou no trânsito que atire a primeira pedra! E quem, tentando evitar um palavrão, nunca recorreu a um “Seu barbeiro!”? Pois é. Mas você sabe por que aquele que dirige mal é chamado assim no Brasil? Esclarecemos essa curiosidade abaixo!
Por aqui também já falamos sobre as 5 leis de trânsito mais estranhas do Brasil. Sobre o fato de que um pedestre também pode ser multado. E até sobre 5 multas por mau comportamento ao volante, o que vai do uso de chinelos ao de fones de ouvido.
Motorista “barbeiro”: a origem histórica do termo
É claro que alguns apelidos, jargões ou mesmo gírias acabam sendo bastante ofensivos, e contraindicados. Mas também há alguns que são mais brincalhões, e que inclusive revelam uma origem histórica bastante curiosa e rica.
É o caso de chamar de “barbeiro” o motorista que não tem lá grandes dotes no volante. Ou seja, a pessoa que está sempre se envolvendo em infrações e manobras arriscadas. Ou mesmo que chega a participar de acidentes propriamente ditos, mais leves ou mais graves.
No caso, chamar esse motorista estabanado de “barbeiro” até guarda uma relação direta com a profissão dos barbeiros. Mas não tem nada a ver com os profissionais atuais da área, e sim com os trabalhadores dos idos de 1850.
Claro, no século XIX muita coisa era bem diferente de hoje nessa área. Como se não bastasse, quem registra a origem desse “apelido” é um livro de história, sim. Mas não de nenhuma história automobilística. E sim, curiosamente, da “História Geral da Medicina”.
Quem assina o livro é Lycurgo Santos Filho. Na verdade, estamos falando de um calhamaço de mais de mil páginas, dividido em 2 volumes. E é lá no meio que você encontra a origem do termo “barbeiro”, tal como usamos hoje.
Na verdade, o uso desse termo em sentido pejorativo remonta a Portugal. Ou seja, é um costume que chegou até nós por meio da colonização europeia. E o motivo é que, lá nos idos do século XIX, os barbeiros exerciam diversas funções.
Sim, eles iam muito além do “barba, cabelo e bigode” da atualidade. Entre as funções estava algumas hoje realizadas pela odontologia, ou mesmo por áreas tradicionais da própria medicina. Por exemplo, algumas cirurgias e as famosas “sangrias” da época.
Naturalmente, como as condições de trabalho eram precárias, e a falta de conhecimento ainda era grande, o resultado nem sempre agradava. Então, qualquer outro profissional que desagradasse os clientes era chamado de “barbeiro”.
No Brasil a expressão acabou ficando associada apenas aos motoristas que não se entendem com a atividade de dirigir. O que não cabe só a motoristas profissionais, como bem sabemos. Em Portugal chamar de “profissional da navalha” é igualmente ofensivo.