Após enfrentar uma série de desafios no mercado chinês, a Mitsubishi está preparando sua saída do país, encerrando sua parceria de uma década com a Guangzhou Automobile Group (GAC). A joint-venture, conhecida como GAC Mitsubishi Motors, viu seu auge em 2018, com mais de 140.000 unidades vendidas, mas desde então, enfrentou dificuldades diante da intensa concorrência das marcas locais.
Em 2022, as vendas despencaram mais de 60%, com apenas 38.550 unidades comercializadas. Até agosto de 2023, a empresa registrou apenas 11.978 carros vendidos, enquanto a GAC, por si só, alcançou a marca de 538.455 veículos no mesmo período. O último modelo lançado foi o SUV elétrico Airtrek EV, em 2022.
A produção na fábrica localizada na província de Hunan foi interrompida em março, e a Mitsubishi não planeja retomar suas operações. A GAC assumirá a planta, transformando-a em uma instalação de produção de veículos elétricos.
Mercados mais lucrativos
A Mitsubishi, que detém 30% da joint-venture, está se retirando do mercado chinês para direcionar seus recursos para regiões mais lucrativas. Isso inclui países do Sudeste Asiático e Oceania, que representam cerca de um terço das vendas anuais da marca. Além disso, a empresa vê oportunidades promissoras na África, Oriente Médio e América do Sul, onde planeja lançar modelos como a picape L200 Triton de nova geração e o SUV compacto XForce.
A situação da Mitsubishi na China não é única entre as fabricantes japonesas, já que, globalmente, essas empresas enfrentam desafios significativos no mercado chinês. A participação de mercado das montadoras japonesas na China caiu para 18,3% em 2022, representando um declínio de 2,8% em relação ao ano anterior.