Pode parecer uma surpresa para alguns, mas a chinesa CATL é a maior fabricante de baterias para EVs do mundo. E não deve ser espanto com o novo avanço que a marca está anunciando.
O novo modelo de bateria automotiva se chama Qilin e promete superar a famosa Tesla 4680, referência máxima na área. Além de prometer 1.000 km de autonomia, a Qilin foi criada para recarregar até 80% de sua capacidade em apenas 10 minutos.
As inovações tecnológicas
Para entendermos melhor, é preciso considerar que as baterias de íon de lítio convencionais (de tipo NMC, o que indica os elementos Níquel-Manganês-Cobalto) contam com menos de 200 Wh/kg.
Ao passo que a nova bateria da CATL traz cerca de 30% a mais, beirando os 255 Wh/kg. Esse valor de watts por quilograma indica a energia específica da bateria em relação à sua densidade energética.
Em termos de armazenamento de energia, quanto maior esse número, mais capacidade o dispositivo permite. Em outros termos, a porcentagem ativa do volume das células comuns no mercado era, desde 2019, de 50%, e com a Qilin subiu para 72%, segundo a fabricante.
Um novo sistema de resfriamento teria sido o grande responsável pelo recarregamento acelerado, por garantir melhor estabilidade térmica ao processo. Ao passo que uma gestão nova de espaço e compartilhamento também teria ajudado a garantir uma capacidade maior do que o padrão.
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O papel da CATL no mercado
Qilin é o nome de uma criatura mítica chinesa, que simboliza bons presságios. A CATL estava precisando de algo assim. Isso porque no primeiro trimestre do ano seu lucro líquido ficou na base 24% menor do que o ano passado.
Além do aumento no custo da matéria-prima e da crise geral do setor automotivo, a concorrência também vinha preocupando a marca. Um exemplo é o papel crescente da famosa BYD. A marca que já anunciou que vai começar a fornecer baterias para a Tesla.
Prometendo a Qilin para o próximo ano, as ações da CATL já subiram quase 6% na Bolsa de Valores de Shenzhen. Também anunciou um aporte de US$ 6,7 bilhões para o desenvolvimento e produção de seu portfólio.
Outra notícia positiva foi a possibilidade de abrir fábricas nos Estados Unidos, algo que já está sendo negociado. Sem falar em uma parceria com a BMW, que promete entrar em vigor em 2025. A ideia é para uma nova família de EVs da montadora alemã.