A fábrica da Stellantis em Mirafiori, situada na região de Turim, enfrentará paralisações significativas nas próximas semanas. A suspensão das atividades, programada para iniciar em 12 de fevereiro e se estender até 3 de março, é uma resposta à baixa demanda no mercado europeu pelo elétrico Fiat 500e.
O compacto elétrico, um dos principais produtos feitos no local, registrou vendas abaixo das expectativas, fabricando apenas 77.000 unidades em 2023 em comparação com a meta anual da Stellantis de 90.000 unidades. A medida afetará diretamente 1.250 trabalhadores nas linhas de montagem do 500e e 1.000 envolvidos na produção de modelos da Maserati, incluindo Levante, Quattroporte e Ghibli, que compartilham o mesmo complexo.
Apresentado em 2020, o Fiat 500e é construído sobre a plataforma Mini BEV, desenvolvida exclusivamente para veículos elétricos. Ele é equipado com um motor de 87 kW (118 cv) e 22,4 kgfm de torque, alimentado por uma bateria de até 42 kWh. Os números de fábrica indicam uma aceleração de 0 a 100 km/h em 9 segundos, velocidade máxima de 150 km/h e uma autonomia declarada de 227 km, conforme as medições do Inmetro.
Mudanças na Fiat
Nos próximos meses, a Fiat busca impulsionar as vendas do 500e e atingir metas de produção com o lançamento do modelo na América do Norte. No entanto, o desempenho comercial abaixo do esperado de outros modelos da marca na região, como evidenciado pelas modestas 605 unidades vendidas nos Estados Unidos ao longo de 2023, levanta dúvidas sobre o sucesso futuro do 500e.
No Brasil, o Fiat 500e está disponível desde agosto de 2021, com um preço sugerido de R$ 214.990. Mesmo sendo anunciado como linha 2022 no site da Fiat, o compacto enfrentou um ano desafiador, vendendo apenas 50 unidades em 2023, uma queda significativa de 75,2% em relação às 202 unidades vendidas no ano anterior. O cenário levanta questionamentos sobre o futuro do modelo no mercado brasileiro.