A prática é bastante conhecida no Brasil, sobretudo entre motoristas mais experientes. Contudo, ela oferece vários riscos. Daí a necessidade de falar sobre “pegar no tranco”. E sobre qual é a realidade dessa tática nos carros de hoje, os automáticos. Confira!
Por aqui já falamos sobre câmbio manual: existe mesmo um tempo certo para passar a marcha? Sobre o câmbio CVT: como funciona e quais os exemplos nacionais? E, justamente, sobre quando você dá partida e o carro não pega: veja os primeiros passos a seguir.
Pegar no tranco: todos os riscos implicados
Popularmente conhecida como “pegar no tranco”, essa tática consiste em usar uma força externa para fazer o motor girar “na força”. O que por sua vez deveria fazer o carro dar a partida. Também é essencial deixar a caixa de transmissão em segunda marcha.
A via em que se tenta esse tipo de improviso pode ser inclinada, para facilitar, mas também pode ser plana. Contudo, vale ressaltar que o esforço simplesmente é contraindicado. E isso independe do modelo ou da engenharia do carro, como veremos abaixo.
Para começar, essa ação pode comprometer seriamente o sistema de injeção eletrônica do motor. Isso porque ao “dar o tranco” você força o combustível a ser injetado de modo que foge ao padrão configurado para aquele motor. Depois, há outros problemas possíveis.
Afinal, se o carro não “pegou”, há um motivo para isso, concorda? Se for algo elétrico, por exemplo, forçá-lo é o pior caminho, podendo ocasionar uma pane no sistema eletrônico do veículo. O risco é de uma sobrecarga no circuito, comprometendo diversos itens.
Entre eles, o próprio motor de arranque, fosse ou não ele o culpado pela falha inicial no automóvel. Também pode danificar a bateria e o sistema de luzes do painel de instrumentos. Sem falar na bateria do carro, o que aumentaria consideravelmente o prejuízo.
Por fim, também é possível falar em defeitos graves no catalisador, fundamental para o sistema de escape. Em defeitos na própria caixa de transmissão (forçada a pular para a segunda marcha). Ou, enfim, no risco de rompimento da famosa correia dentada.
Pegar no tranco: sobre os carros mais modernos
Pela própria descrição do esforço de “pegar no tranco”, já é possível deduzir que só é possível fazer isso em carros com câmbio manual. Já que é preciso deixar a transmissão na segunda marcha, manipulação ou improviso que o câmbio automático não permite.
No fundo, às vezes até seria possível tentar dar o tranco com o câmbio automático na opção “D”. Que é a opção “Drive”, literalmente a marcha para “Dirigir”. Contudo, o sistema depende de óleo pressurizado, o que pode falhar no carro automático com defeito.
Ou seja, a bomba elétrica não conseguiria alimentar a caixa, prendendo as engrenagens, então nem isso seria possível. De qualquer modo, mesmo que o câmbio funcionasse, todos os riscos descritos acima valem também para o carro automático.
Nesses casos, o impedimento vem do câmbio, que é de tipo CVT (Continuously Variable Transmission, ou seja “Transmissão Continuamente Variável”). Mas também da embreagem de tipo sólido, que sobre igualmente de déficit de lubrificação nesse tipo de carro.