Em relação aos veículos convencionais, os carros PCDs acabam sendo semelhantes. Porém, pode haver adaptações específicas, de acordo com o tipo de deficiência ou condição de saúde do condutor. Sendo assim, são essas limitações motoras que irão determinar os recursos e ferramentas que precisam ser acrescentados ao modelo do carro.
Por exemplo, para uma pessoa que tem uma limitação em sua perna direita, o acelerador poderá ser realocado para a esquerda. A alteração sempre busca tirar o esforço do membro afetado.
No entanto, nos carros para cadeirantes, o veículo precisa ter um espaço ainda maior no porta-malas para acomodar a cadeira.
Portanto confira abaixo como funciona um carro PCD e quais as diferenças dele para um modelo convencional.
Quais as diferenças de um carro para PCD?
Todos sabemos como é um carro “comum” e os componentes que costumam vir nele. Para um carro para PCD, a situação não muda tanto assim. As únicas diferenças cruciais são os itens de série (como bancos de couro, central multimídia e rodas de liga leve), que não são incluídos na maioria dos casos, e o câmbio; visto que quase todos os carros PCD possuem câmbio automático.
Outras diferenças além dessas mais básicas irão depender de cada automóvel e do tipo de deficiência do condutor. Se for o caso de uma pessoa que não tem as pernas ou os pés, por exemplo, a função normalmente executada com os pedais é transferida para o volante.
Muitos outros detalhes podem ser distintos de acordo com a pessoa que irá dirigir e, no final das contas, tudo isso é muito relativo. Quando o caso é muito específico, é possível até que o carro para PCD seja feito sob medida pela concessionária.
O verdadeiro objetivo de um carro PCD é que os condutores com deficiência também sejam capazes de se locomover com o maior conforto possível.
Características dos carros para PCD
Os carros adaptados para pessoas com deficiência atendem a necessidades específicas, conforme a dificuldade existente. O veículo é adaptado para facilitar o transporte do motorista e de passageiros. Por isso, têm direção elétrica ou hidráulica para facilitar a condução. Os carros para PCD ainda costumam ter câmbio automático e controles no volante.
Segundo a legislação brasileira, esses automóveis têm algumas isenções de impostos, desde que a deficiência esteja prevista e haja comprovação por perícia médica.
Modificações comuns
A adaptação dos automóveis para PCD é feita, em grande parte, pelo próprio proprietário do carro. No entanto, é possível encontrar carros já adequados. A opção dos controles no volante, por exemplo, já é oferecida por muitos fabricantes.
É importante destacar que todo veículo é capaz de ser adaptado para pessoas com deficiência. No entanto, é preciso atentar a alguns critérios. Por exemplo: quem utiliza cadeira de rodas precisa de amplo espaço interno e no porta-malas.
Por sua vez, quem tem paralisia nos braços se ajusta melhor a carros menores, com controles acessíveis e próximos do condutor.
Sendo assim, as mudanças mais comuns são referentes a:
Rampas, plataformas e bancos
Os carros para PCD costumam ter rampas ou plataformas hidráulicas para facilitar o acesso de quem utiliza cadeira de rodas. Outra possibilidade é contar com modelos de suspensão que deixam o veículo próximo ao chão para simplificar a entrada e a saída.
Por sua vez, os bancos podem ser giratórios em até 90º. Isso acontece porque eles são agregados a uma base especial, que é passível de utilização fora do veículo. Assim, ela funciona como uma cadeira de rodas.
Para pessoas com problemas de coluna, o mais comum é a melhora da ergonomia dos bancos. Esses acessórios podem ser desenhados para a própria pessoa, a fim de fornecer mais segurança e conforto.
Volante, freio e acelerador
Esses três quesitos também podem ser adaptados. As pessoas com deficiência nem sempre conseguem segurar no volante com firmeza por terem paralisia parcial ou perda de força nos braços. Por isso, eles usam uma alça ou cinta que prende a mão do condutor.
Ainda existe o pomo giratório, um tipo de bola de borracha que facilita o processo de direção.
Para os pedais, é mais comum o carro ter uma alavanca para acelerar e frear com as mãos. Para quem tem uma das pernas ou dos pés amputados ou paralisia parcial na perna direita, é possível encontrar veículos com acelerador para o pé esquerdo.
Como escolher meu carro?
O mercado de veículos destinados a pessoas com deficiência (PcD) cresceu muito nos últimos anos, devido à ampliação das patologias que dão direito às isenções de impostos para aquisição de veículo zero-quilômetro.
Portanto, se tornou motivo de atenção das montadoras, que se esforçam para manter alguns modelos dentro do limite de valor para ter direito à isenção de impostos e lançaram ultimamente vários compactos e até subcompactos com câmbio automático ou automatizado.
Porém, muitos destes são veículos com menos itens de tecnologia, segurança e conforto.
Por isso é tão importante saber o que observar ao escolher um carro que precise atender a determinada limitação. A pessoa com deficiência deve se atentar a algumas características dos veículos que possam facilitar o uso no dia a dia. E escolher acessórios que também a auxiliem de alguma forma.
O ideal é testar, ir às concessionárias dos veículos que tenha intenção de adquirir, verificar os itens que são mais importantes e fazer um test drive. Há muitos cadeirantes que não fazem isto por achar desnecessário, já que não vão poder fazer test drive, ou por vergonha.
Se não dá para fazer o test drive, dá para testar a entrada no carro, o espaço interno e verificar se a cadeira cabe bem no porta malas, e isso é fundamental para ter ideia de como será o dia a dia com aquele veículo. E assim tomar a melhor decisão.
Observe o espaço interno
Se for necessário utilizar adaptação veicular para acelerar e frear, ela ocupará um bom espaço embaixo do volante, o que reduz o espaço para as pernas do motorista. Se não houver espaço suficiente, ao acomodar as pernas, a adaptação pode causar machucados, ou as pernas podem atrapalhar na operação da adaptação.
E ainda é preciso ter um bom espaço para os braços, já que um deles será trazido próximo ao peito e o cotovelo pode bater no forro de porta. Então verifique sempre se o modelo escolhido será confortável, após as modificações, de acordo com os indicadores de espaço e entre-eixos do carro.
Teste o porta-malas
Quanto maior for o porta-malas, mais fácil será levar acessórios de auxílio à mobilidade e ainda alguma bagagem. Porém, é importante ficar atento ao formato do porta malas e das molduras ao redor, além da espessura da tampa do porta malas.
Também é bom verificar o tamanho da abertura do porta-malas e a altura da base dele. Sedãs com caimento do teto tipo fastback geralmente têm tampas do porta malas estreita, o que dificulta a colocação de uma cadeira de rodas.
E se a base do porta malas for muito alta, será mais difícil elevar uma cadeira de rodas até ultrapassar a carroceria, e, então, acomodá-la lá dentro.
Dê preferência a direção assistida
Quanto mais leve for a direção, melhor, pois como uma mão pode estar ocupada acelerando ou freando, a força a ser aplicada ao virar o volante deve ser a menor possível.
Isto é ainda mais importante no caso da deficiência comprometer a musculatura e coordenação dos membros superiores. O tipo mais indicado hoje em dia é a elétrica. Mas uma direção hidráulica ainda deve ser preferida a uma mecânica.
Prefira um modelo com sensor de estacionamento e câmera de ré
Quem tem deficiência muscular e pessoas que precisam fazer artrodese para estabilizar a coluna cervical, podem ficar com os movimentos do pescoço restritos e costumam ter dificuldade para virá-lo e olhar para trás. Nestes casos é fundamental que o veículo tenha sensor de estacionamento e câmera de ré instalados, pois facilita muito a execução de manobras em ré.