A tecnologia envolvendo o sistema de freios evoluiu muito, com novos materiais empregados que permitem reduzir as distâncias de frenagens e melhorar a segurança nas paradas. No entanto, estruturalmente, o sistema ainda é praticamente o mesmo, podendo ser basicamente de dois tipos: a disco ou tambor.
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Vamos explicar abaixo como cada um deles funciona e como suas características influenciam no comportamento do carro. Também porque cada tipo é empregado em cada projeto e seus impactos no desenvolvimento.
Tambor
O sistema ganhou esse nome pelo seu formato, que consiste em duas metades que, quando unidas, formam um tambor. Dentro, um pequeno cilindro pressurizado empurra dois semi-círculos, chamados de sapatas de freio, contra as “panelas“, nome dado às metades do tambor.
Na parte exterior das sapatas, vão as lonas de freio, compostas de material que gera atrito com as panelas. É ali que se dará a ação de frenagem do conjunto. Geralmente as lonas são feitas de amianto.
Os freios a tambor têm como vantagem maior durabilidade que os freios a disco e o menor preço no projeto. Porém têm menor precisão na aplicação da força de frenagem, e são bem mais propensos ao superaquecimento do conjunto. O tambor tem mais dificuldade de dissipar o calor gerado.
Até hoje ainda é muito usado nos freios traseiros de diversos carros, principalmente em projetos onde o custo de projeto é fator de maior relevância.
Disco
Nos freios a disco, como o nome sugere, um disco gira junto com as rodas e é “mordido” por uma pinça fixa. Nela, vão pastilhas com material que gera atrito, causando a desaceleração. Os discos podem ser sólidos ou ventilados, para melhorar a dissipação do calor.
Também podem ser de carbono-cerâmica, e um carro pode ter até mais de uma pinça por roda, para aumentar o poder de frenagem se necessário. Um dos casos é do Maybach 62S, de 2006.
Os freios a disco evoluíram muito mais do que os a tambor nas últimas décadas, se mantendo na vanguarda da tecnologia.
Alguns modelos off-road, como o Hummer H1, têm discos internos, juntos ao diferencial. Eles ficam assim protegidos da lama e terra, e também liberam espaço para maior movimentação da suspensão. O problema dessa configuração é, justamente, menor dissipação de calor.
Esse é o maior calcanhar de Aquiles dos freios a disco. O sistema é mais sensível ao fading, que é a perda de potência de frenagem por superaquecimento. Com uso constante, o fluído ferve e perde ação compressora nos êmbolos da pinça e o carro fica totalmente sem freios. Isso até que o fluído esfrie e retome suas propriedades originais.
Disco nas quatro rodas
Se seu carro tem freios a disco nas quatro rodas, trata-se de um projeto mais esmerado, onde a montadora poupou menos despesas. Para veículos leves, os discos são o modo mais eficiente disponível atualmente.
Em modelos de baixo rendimento, carros de entrada, faz pouca difrença na prática, mas a medida que potência e desempenho sobem, vale a pena verificar se a fabricante não quis economizar colocando tambores nos freios traseiros.