Imagine o para-brisa do seu carro com várias projeções de imagens que ficam num misto de holografia com tela de computador. É mais ou menos o que a implementação de Realidade Aumentada pode trazer ao principal vidro dos veículos.
A ideia não é inteiramente nova. A Mercedes-Benz já usa isso em alguns de seus modelos. E agora a tecnologia pode encontrar mais possibilidades no meio automotivo. Agora, já podemos falar de projetos da Panasonic, da Jaguar e de outras marcas que estão relativamente avançadas nesse sentido.
A história e a evolução da ideia
A realidade aumentada é algo que já está entre nós. É aquele efeito de rede social que projeta sobre o rosto do usuário um chapéu, orelhas de gato e afins. Jogos e lojas também já usam, para vender móveis e roupas, por exemplo.
Um para-brisa já usou algo parecido (embora inferior) desde os idos de 1980, quando a General Motors lançou o Oldsmobile Cutlass Supreme, que projetava a velocidade do carro no vidro. Por volta dos anos 2000 o Cadillac Deville tinha um sistema noturno parecido.
Nos últimos anos, porém, a tecnologia avançou da simples informação para a interação do sistema do carro com o meio, em tempo real. Aí é que entra a Realidade Aumentada propriamente dita, com subsídio da Inteligência Artificial e de outros recursos.
Nesse nível tecnológico já podemos citar a Google, que talvez acabe buscando parcerias na área. Anteriormente, a empresa tentou fazer isso com os famosos Google Glass, que iriam além do universo automobilístico até, mas a ideia não emplacou.
Já um carro com Realidade Aumentada no para-brisa poderia ampliar o alcance do Google Maps. Seria capaz de indicar, no vidro do automóvel, sugestões de comércio, postos de gasolina e limites de velocidade. Dessa forma, enchendo a visão do motorista com anúncios e funcionalidades.
Projetos da Pioneer e da Panasonic
A Pioneer, por sua vez, já havia proposto esse para-brisa interativo desde 2012. Só que no ano passado, em 2021, a Panasonic saiu na frente, propondo transformar o vidro do carro em algo próximo de um televisor dinâmico.
Assim, o para-brisa permaneceria transparente, claro, mas receberia todo um aporte de informações e imagens. Tal como o proposto pelo Google, caso ele consiga projetar isso no vidro, e não por meio de lentes de óculos.
A Panasonic também vai além na Inteligência Artificial, criando um sistema de lasers e radares para interação com o exterior.
O sistema permitiria, por exemplo, detectar movimentos a 100 metros de distância, antecipando objetos no para-brisa para auxiliar o motorista. Seu lançamento está previsto para 2024.
Jaguar Virtual Windscreen
A famosa montadora inglesa chama atenção nessa área, por trazer ideias e recursos próximos de jogos de corrida. Tanto que os testes devem começar no universo de corridas profissionais, embora sejam tão ousados que ainda não tenham data de previsão.
Uma das ideias tiradas do universo dos games é a de captar os veículos mais próximos e projetar no vidro do carro, informando os dados daquele piloto no para-brisa.
Já para os carros de passeio, a Jaguar migraria para ideias mais “simples”, como antecipação de rotas pelo GPS e alertas para acionar os freios. Além da condição dos pneus, do combustível, da velocidade e todos os demais dados do painel de instrumentos.
Outros pontos interessantes poderão incluir a simulação de faixas e até de cones para facilitar certas manobras, sobretudo em situações de baixa visibilidade.
Sem falar em projetar a imagem dos retrovisores (que terão câmeras) no para-brisa. Ou ainda, permitir comandos com toques no vidro ou mesmo com gestos. Por exemplo, acionar o limpador assim, como se o vidro do carro fosse um smartphone.