Os carros clássicos fazem sucesso no Brasil, que é conhecido por sua tradição de restauração. Mas há uma modalidade mais específica do que essa, que é a do restomod.
De fato, o antigomobilismo tem várias frentes diferentes, desde a dos colecionadores (dos carros de placa preta), passando pelos famosos hot rods, até o restomod, que tem merecido cada vez mais atenção nos últimos anos.
O que é um restomod?
O próprio termo já nos ajuda a entender bastante: restomod é a soma da palavra resto-ration (restauração) com mod-ification (modificação).
Contudo, não se trata de fazer qualquer restauração ou qualquer modificação, como simplesmente pintar um carro antigo ou trocar seu motor. Na verdade, para entrar na cultura do restomod é preciso considerar um projeto completo.
Ou seja, é necessário fazer uma recuperação completa do aspecto visual do veículo, focando em seu design, sua carroceria e seu interior. E, ao mesmo tempo, trazer várias evoluções tecnológicas em sua mecânica.
Exemplos clássicos são a inclusão de cabeçotes de alumínio, caixas de direção com relação rápida, freios a disco, bobinas elétricas e muito mais.
Naturalmente, isso traz consequências com seus prós e contras. Além disso, o valor de mercado do restomod pode chegar a ser maior do que o do veículo simplesmente restaurado, se ele tiver muita tecnologia agregada. Mas não para por aí.
Um restomod é um clássico?
A cultura restomod facilita e muito a manutenção do carro. Afinal, ela realmente dispensa a necessidade de sair caçando peças antigas que, geralmente, ainda eram fabricadas em quantidade limitada.
Por outro lado, há quem diga que o restomod não tem nada a ver com antigomobilismo, já que ele altera consideravelmente a engenharia dos modelos.
Mas vale lembrar que quase sempre um projeto de restomod bem feito leva em conta o estilo exato daquele modelo, harmonizando as mudanças trazidas.
Por exemplo, em vez de simplesmente escolher uma cor nova, você pode verificar as opções do catálogo da montadora naquele ano exato. A parte interna vai na mesma linha, mesclando visual retrô e mecânica nova.
Também há agências restauradoras de luxo, conhecidas internacionalmente por seus trabalhos na área de restomod, criando um nicho bem valioso. Elas recriam verdadeiras peças raras com base em marcas como Mercedes-Benz, Porsche e Jaguar.
Quem atua nelas são designers automotivos formados na área. É possível, por exemplo, aplicar um couro marrom envelhecido à mão, para dar a ele um toque retrô. Além do uso de madeira envernizada no volante, no painel e afins.
A segurança e o conforto
Ainda assim, um aspecto interessante aqui é o da segurança. Quase sempre um restomod será mais seguro do que um veículo apenas restaurado, já que ele vai integrar tecnologias que não eram nem sequer concebíveis quando aquele modelo original saiu.
Por exemplo, modelos que não eram indicados para viagens longas passam a suportar essa demanda. Afinal, a devida alteração no motor e no câmbio pode permitir que você rode em marcha alta com rotação baixa, agradando o senso estético do condutor juntamente com as demandas mecânicas de uma rodovia pela frente.
Sem falar na questão do conforto, que pode ir desde elementos da tapeçaria e da climatização interna do carro até fatores climáticos ambientais. Como alguém que mora em região de gelo, que com essa proposta pode ter um veículo dos seus sonhos que tenha sido desenvolvido para um país tropical.
Basta manter seu design e traços principais, mas fazendo as devidas adaptações para o clima daquele novo país. Assim, o restomod se torna um caso feliz de modernização dos clássicos que ainda merecem circular entre nós, lado a lado com os zero-km.