A Toyota admitiu que houve fraude por parte de sua subsidiária Daihatsu nos testes de colisão lateral da nova geração do Yaris produzida na Tailândia. A montadora adulterou as unidades usadas nos testes de homologação, modificando suas características para que garantissem notas boas nos testes de impacto lateral. O problema não afeta os Yaris brasileiros.
O acabamento interno das portas do Yaris tailandês foi modificado para que não se quebrasse no caso do acionamento do air-bag lateral. Caso isso ocorresse, os fragmentos poderiam ferir os ocupantes, numa forma parecida com o escândalo dos airbags da Takata.
Foi verificado que essas alterações ficaram restritas aos carros usados nos testes, e não seguiram para as unidades destinadas ao público. As primeiras safras do novo Yaris, portanto, têm airbags laterais potencialmente perigosos em caso de acionamento.
O chairman da Toyota, Akio Toyota, declarou que irá fazer uma investigação detalhada para impedir que isso ocorra novamente, e saber como os painéis de porta foram alterados apenas nas unidades destinadas aos testes. Segundo o executivo, a ação é “uma violação inaaceitável à confiança dos consumidores”.
Não há informações sobre acidentes ou feridos relacionados ao problema, principalmente por se tratar de um carro recém lançado.
A fraude foi descoberta após uma denúncia interna, que levou à suspensão das entregas do novo Yaris em todos os mercados onde é vendido. Ao todo, cerca de 88 mil unidades estão represadas, a maioria delas destinadas ao mercado mexicano.
O problema não afeta o Yaris nacional, que até tem origem na Ásia-Pacífico, mas tem estrutura diferente e é produzido em Sorocaba (SP).