Em um escândalo que abala os pilares da indústria automotiva japonesa, cinco grandes montadoras – Honda, Mazda, Suzuki, Toyota e Yamaha – estão sob investigação por irregularidades em seus processos de certificação de veículos, incluindo a falsificação de testes de segurança obrigatórios. O Ministério do Transporte do Japão expressou profunda preocupação com a descoberta, afirmando que é extremamente lamentável que novos atos fraudulentos tenham surgido, uma vez que tais práticas minam a confiança dos consumidores e abalam os próprios alicerces do sistema de certificação automotiva.
Veja ofertas de carros usados na Karvi!Como resultado das investigações, as entregas dos veículos afetados foram suspensas. Toyota e Mazda ainda produzem e comercializam os modelos sob suspeita, enquanto as outras montadoras já haviam encerrado a produção de seus carros problemáticos. A Toyota interrompeu as entregas do Yaris Cross, Corolla Fielder e Corolla Axio (versão sedã no Japão), enquanto a Mazda suspendeu a produção do Roadster/MX-5 e do Mazda2.
A lista de modelos afetados por irregularidades é extensa, especialmente para veículos fora de produção. A Honda é a mais impactada, com mais de 20 modelos sob suspeita de fraudes relacionadas a emissões de ruídos e potência do motor. Entre os modelos afetados estão versões anteriores de Fit, HR-V, Accord e CR-V, além de veículos específicos para o mercado japonês. A Toyota também enfrenta problemas com modelos como Crown, Isis, Sienta e Lexus RX, sendo que apenas este último foi vendido no Brasil e a irregularidade é referente à geração passada.
O Ministério do Transporte do Japão instruiu 85 fabricantes a conduzirem investigações internas sobre possíveis fraudes. Até o final de maio, apenas cinco empresas relataram problemas, enquanto 68 declararam não ter encontrado irregularidades e as demais continuam averiguando.
Para a Toyota, a situação é particularmente grave. A empresa já havia sido acusada de fraudar testes de homologação anteriormente, e o novo escândalo surge em um momento delicado, pouco antes do encontro anual de investidores. Dois grupos de investidores recomendam que Akio Toyoda, atual chairman da fabricante, não seja reeleito, responsabilizando-o pelos problemas e pela “cultura perpetuando os erros.”
As montadoras afirmam que os veículos produzidos fora do Japão não são afetados, pois seguem regulamentos e processos de homologação diferentes, continuando a ser produzidos e entregues normalmente aos clientes.