A Volkswagen sempre foi conhecida por seus interiores funcionais, com design de painel simples e controles intuitivos. No entanto, a oitava geração do Golf, lançada em 2019, marcou uma mudança significativa nesse aspecto, quando a fabricante decidiu experimentar o uso de controles sensíveis ao toque no volante e no console central. Essa nova abordagem incluía não apenas botões complicados no volante, mas também um controle deslizante sensível ao toque abaixo do sistema de entretenimento para ajustar a temperatura.
No entanto, recentemente, o CEO da Volkswagen, Thomas Schäfer, em uma entrevista à revista inglesa Autocar, admitiu que os controles sensíveis ao toque foram um equívoco. Ele reconheceu que esses controles “definitivamente causaram muitos problemas” e que a empresa teve clientes frustrados. Agora, a Volkswagen está disposta a corrigir o erro, retomando aos botões convencionais para funções de uso constante.
A primeira demonstração dessa mudança será na próxima geração do Tiguan, que foi apresentada em imagens oficiais. Ao observar o console central inferior do Tiguan 2024, podemos notar a presença de um botão giratório com uma tela OLED embutida. Esse novo controle será responsável por ajustar o volume, selecionar as cores da iluminação ambiente e escolher os modos de direção do sistema 4Motion.
Essa mudança reflete uma tendência mais ampla na indústria automotiva, na qual as montadoras estão buscando um visual mais minimalista, deixando de lado painéis cheios de botões. Schäfer ressaltou que redesenhar os interiores da Volkswagen foi um trabalho que exigiu uma equipe considerável e levou bastante tempo para ser concluído. Ele também enfatizou a importância de não confundir os clientes ao introduzir conceitos de interior totalmente diferentes a cada lançamento de modelo.
Golf empobrecido
Embora a discussão não tenha abordado melhorias nos materiais utilizados nos interiores dos veículos, críticas relacionadas a medidas de redução de custos foram mencionadas, especialmente em relação ao Golf. No entanto, Oliver Blume, presidente do Grupo Volkswagen, prometeu no final do ano passado uma “ofensiva de qualidade” e “linguagens de design claras” para diferenciar melhor os modelos que compartilham plataformas. Além disso, ele confirmou que as denominações Golf e Tiguan serão mantidas na era inevitável dos veículos elétricos.