Desde segunda-feira, 9, a Volkswagen suspendeu a produção de quatro modelos e anunciou que cerca de 2,5 mil funcionários da marca estão em férias coletivas até o dia 28 de maio.
Esse ato é uma consequência da crise automotiva que as montadoras vem sofrendo globalmente com a falta de insumos, especialmente de semicondutores.
Os carros afetados pela nova paralisação e falta de componentes são Virtus, Polo, Nivus e a picape Saveiro.
São cerca de 8,2 mil colaboradores na fábrica da Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), sendo 4,5 mil na produção. Por dia, são fabricados cerca de 800 veículos na planta.
Quando a pandemia da Covid-19 se iniciou, ela gerou muitos problemas para o setor automotivo. No momento que parecia melhorar a guerra na Ucrânia começou e reforçou a situação que estava ruim.
Sendo assim, o segmento automotivo seguiu sem recuperação, pois as faltas de componentes continuaram se intensificando.
Posteriormente, o coordenador geral da Volkswagen, José Roberto Nogueira da Silva, se posicionou dizendo: “Este acordo abrange momentos bons e ruins para atravessar crises como essa. O acordo dá previsibilidade tanto para a fábrica como para os trabalhadores, e certa tranquilidade para atravessar momentos como este”.
A escassez de produtos
Wellington Messias Damasceno, diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, falou sobre a falta de política industrial e enfatizou que ela é a causadora da escassez de componentes e peças.
Pois muitos dos produtos eram feitos aqui no Brasil e optaram por encerrar essa fabricação, tornando a linha de produção nacional uma refém da importação.
“Essa crise não acontece só no Brasil, mas a falta de políticas públicas voltadas para a indústria e de discussões sobre desenvolvimento, pesquisa e inovação levam a momentos como esses em que somos reféns da importação”, enfatizou.
Por fim, conclui dizendo que essa falta de política e de desenvolvimento do país tem gerado uma desestruturação da cadeia produtiva. Afirmou que esse problema poderia ser solucionado pois anteriormente esses materiais eram produzidos no Brasil e poderiam voltar a ser fabricados, visto que existem pessoas preparadas para tal atividade.
A crise afetou todo o mercado
Essa crise não afetou exclusivamente a Volkswagen, mas sim a indústria automotiva de forma geral. O último quadrimestre fechou com os resultados em queda, de acordo com os dados da Fenabrave. Considerando que em abril de 2022 foram emplacados 13,93% a menos do que em abril de 2021.